Dentro do capitalismo, qualquer proposta de libertação não passará de ilusão, serão suaves sopros numa lógica de cruel exploração do proletariado.
Milena de Souza
Foto: Vahid Salemi/AP
GOIÁS – Recentemente, foi suscitado um debate em redes sociais deslegitimando o Estado Palestino por sua falta de apoio à pauta feminista e LGBT. O jornal ianque The Washington Post publicou em novembro uma matéria, aqui livremente traduzida como “As mulheres no Irã precisam da ajuda da América. Por que não a damos a elas?”.
Frente a essas informações constantemente divulgadas pela mídia internacional, países imperialistas, com destaque para os Estados Unidos da América, querem se apresentar como plurais e progressistas e apresentando suas intervenções, ora fantasiadas de ajuda humanitária, ora de combate ao terrorismo, como soluções para libertação dessas comunidades. Os grandes monopólios midiáticos brasileiros são alguns dos que apresentam grande apreço em condenar as “truculentas violências” dos povos orientais, mesmo que o próprio o Brasil seja, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, o quinto em mortes violentas de mulheres no mundo, sendo as principais vítimas mulheres negras e jovens, entre 18 e 30 anos.
As pautas identitárias vêm sendo tomadas pelo capitalismo imperialista como cavalos de Tróia para validarem internacionalmente suas ações terroristas de ataque à independência e à autoproclamação dos povos, principalmente da África, Ásia e América Latina. Faz-se necessária cada vez mais a atenção do povo trabalhador perante discursos oportunistas que vestem uma roupagem de libertadores para reafirmar e aprofundar a exploração de países periféricos.
Apenas com a igualdade econômica poderemos construir uma sociedade com igualdade entre as diversidades identitárias. Dentro do capitalismo, qualquer proposta de libertação não passará de ilusão, serão suaves sopros numa lógica de cruel exploração do proletariado, que apenas superficialmente poderão alcançar algum combate às opressões, o que chega a ser quase nulo em uma lógica imperialista.