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terça-feira, 15 de outubro de 2024

Oi ordena demissões para garantir lucro

Está provado com esse exemplo que não são os direitos dos trabalhadores que causam desemprego, mas a ganância patronal dos fundos de investimentos, verdadeiros parasitas.

Rêneo Augusto


Foto: Jornal A Verdade

RIO DE JANEIRO – Formada a partir da corrupta privatização do Sistema Telebrás, em 1998, a Oi herdou grande parte do sistema de telefonia fixa existente no Brasil até então, sobretudo após a aquisição da Brasil Telecom.

Embora construída com dinheiro dos trabalhadores brasileiros e com recursos do governo federal através do BNDES, os atuais donos da Oi são grupos de especuladores como Goldentree – estadunidense (14,57%); York Global – britânico (9,54%); Brookfield – canadense (5,77%); Bratel/Pharol – holandesa/portuguesa (4,94%) e Solus – americana (3,62%), provando, mais uma vez, que o capitalismo não tem pátria.

Esses grupos capitalistas não têm o menor interesse na soberania brasileira ou na qualidade de vida dos trabalhadores, pensam apenas na forma mais rápida de saquear os recursos disponíveis pelo investimento especulativo monetário que fizeram.

Demissão em Massa

Antes, a gigante das telecomunicações brasileiras já havia derrubado a LIQ (ex-Contax), que chegou ser a principal contratante privada no Brasil, com 20 mil contratados no Rio de Janeiro e hoje não passa de mil.

Agora, a bola da vez é a Serede/RedeConecta, subsidiária do grupo Oi para cuidar da infraestrutura em telecomunicações (rede de cabos, instalação e manutenção de equipamentos, em telefonia e internet). Peça central no Plano Estratégico da companhia, focado especialmente na implantação de fibra, a empresa, que está presente em 18 estados e 3.300 municípios e emprega 27 mil pessoas, demitiu, no início do ano, cerca de 700 trabalhadores no Rio de Janeiro (10% da força de trabalho contratada no Estado). Em 2019, foram outras mil demissões.

Dos empregados diretos, a Oi informalmente informa que pode demitir até mil trabalhadores em 2020. Mas a Oi não é a única operadora que tem demitido. TIM e Vivo também decidiram impor a demissão aos trabalhadores para garantir o lucro de seus acionistas, sob o argumento de “crise econômica”. 

Foi sob o mesmo argumento que os últimos governos, inclusive o atual, adotaram medidas de “flexibilização” nas leis de proteção aos trabalhadores. São os casos das MPs 664 e 665 (Dilma), Reforma Trabalhista (Temer) e as várias medidas antitrabalhadores no governo do fascista Bolsonaro.

Como parte dessa série de mudanças, as demissões em massa não precisam ser comunicadas aos sindicatos e tampouco previamente negociadas com os trabalhadores. Apesar de tudo isso, o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações (Sinttel-Rio) enviou notificação à Serede e à Oi, buscando ações que pudessem minimizar os danos às famílias.

Está garantida para esses trabalhadores a assistência na homologação do contrato de trabalho com a presença de todos os setores operacionais da Serede para aferição de saldo de banco de horas, ferramental, combustível e avarias, bem como curso em convênio com o sindicato para qualificação profissional em fibra, com formação de banco de mão de obra para recolocação desses profissionais. Está garantido também o pagamento de PPR proporcional, sendo pago na mesma data dos trabalhadores ativos. Em relação aos trabalhadores da Oi, foi assinada uma carta compromisso em que, havendo demissões em massa, a empresa chamaria o Sinttel-Rio, antes, para um processo de negociação. 

Está provado com esse exemplo que não são os direitos dos trabalhadores que causam desemprego, mas a ganância patronal dos fundos de investimentos, verdadeiros parasitas.

Tanto a Reforma da Previdência quanto a Reforma Trabalhista, bem como a chamada PEC dos Gastos, a PEC 905 – Carteira Verde e Amarela, são medidas antipovo e precisam ser derrotadas! Para isso, contamos com a união dos trabalhadores, autônomos de aplicativos ou ambulantes, pequenos empresários e estudantes, todos que serão esmagados por esta política fascista se não levantarem a cabeça para a construção do poder popular!

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