Da Redação
O auxílio emergencial de R$ 600,00 foi aprovado pelo Congresso Nacional no dia 30 de março, mas somente após o Brasil registrar 13 mil pessoas infectadas e mais de 600 mortes, o governo do ex-capitão Jair Bolsonaro liberou o pagamento.
Embora tenham direito ao auxílio todos os brasileiros desempregados, trabalhadores sem carteira assinada e que estão na informalidade, além de pessoas que não possuem renda, apenas os que têm conta no Banco Brasil e na Caixa Econômica receberão o valor a partir de 7 de abril. Os chamados “desbancarizados”, aqueles que não têm conta bancária, um total de 40 milhões, vão ter que esperar até maio para receber o auxílio. Até lá, o governo continuará com o dinheiro no seu caixa, enquanto as mesas dessas famílias estarão vazias e as crianças passando fome. Seu crime é não ter dinheiro para abrir uma conta e pagar taxas extorsivas aos donos dos bancos.
Ademais, o valor de R$ 600,00 é insuficiente para garantir a sobrevivência, particularmente num momento em os preços estão subindo em todas as capitais. De fato, se a pessoa mora na cidade do Rio de Janeiro, o valor de R$ 600,00 é equivalente ao de uma cesta básica (R$ 533,65). Em São Paulo, a cesta custa R$ 518,50, e em Florianópolis R$ 517,13. Se a pessoa mora no estado da Bahia, após receber o auxílio sobra menos de 200,00, já que a cesta básica em Salvador custa R$ 408,06.
Seria muito pior se tivesse prevalecido a proposta inicial do banqueiro Paulo Guedes, o “posto Ypiranga” de Bolsonaro, pois o projeto de lei que enviou ao Congresso previa um valor de R$ 200,00 para o auxílio.
Mas, se o salário mínimo definido pelo governo é de R$ 1.045,00 porque Bolsonaro paga apenas R$ 600,00 de renda emergencial diante da epidemia da Covid-19?
A resposta quem dá é a Auditoria Cidadã da Dívida: “O governo federal não precisa cortar salários ou avançar contrarreformas que cortam mais direitos ainda da população, pois possui cerca de R$ 4 trilhões em caixa (mais de R$ 1,3 trilhão na Conta Única do Tesouro Nacional, cerca de R$ 1 trilhão no Banco Central, remunerando a sobra de caixa dos bancos, e mais de R$ 1,7 trilhão em reservas internacionais). Mas toda essa montanha de dinheiro está à disposição dos gastos financeiros com a chamada dívida pública”. (www.auditoriacidada.org.br)
Portanto, mesmo quando a vida dos brasileiros está sob grave ameaça, o governo dos banqueiros sanguessugas continua desviando o dinheiro de nossos impostos para o bolso dos bilionários, pouco importa se a consequência dessa política econômica for dezenas de milhões de brasileiras e de brasileiros morrerem de fome.
Trata-se de um governo em guerra contra o povo e a pátria, como bem afirmou o escritor Ruy Castro, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues: “Em sua guerra contra o Brasil e a favor de si mesmo, Jair Bolsonaro conta com o apoio de seus familiares, meia dúzia de generais bovinos, uma rede digital clandestina de propaganda e auxiliares robotizados, como Abraham Weintraub, ou oportunistas como Sérgio Moro. É material humano de encomenda para quem quer se sustentar no poder, mas não para administrar um país”.