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Por Camila Figueiredo
Rio de Janeiro
Até a tarde de quarta (29), o Estado do Rio de Janeiro tinha 794 mortes e 8.869 casos confirmados de coronavírus. Porém, de acordo com a própria Secretaria Estadual de Saúde os números são muito maiores. “Se a gente entender que tem de 15 a 20 casos não diagnosticados para cada um desses, a gente tem uma base de 140 mil pessoas infectadas. Isso projeta para as próximas duas semanas a necessidade de 21 mil leitos de enfermaria e 7 mil de CTI, o que obviamente é matematicamente impossível”, disse o secretário Edmar Santos.
Santos explicou, ainda, que mesmo que fossem abertos mais leitos do que temos hoje (3,4 mil leitos), falta mão de obra qualificada para atuar no combate à Covid-19. “Temos esse teto porque não há profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas em número suficiente para abrir leitos”.
Em todo estado, mais de 300 pessoas com sintomas de Covid-19 estão na fila por uma vaga na UTI. Diariamente, cresce o número de pessoas que morrem sem atendimento.
Os casos de coronavírus avançam com mais velocidade na Baixada Fluminense, e em algumas cidades como Duque de Caxias e Nova Iguaçu, não há mais nenhum leito de UTI disponível. Em muitas situações, faltam até macas para os pacientes.
O prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa (Progressistas), já admite o colapso na saúde municipal “Há mais de 60 pessoas já internadas com Covid-19 no Hospital da Posse. A prefeitura vai tentar abrir mais 10 leitos, mas temo não dar conta da demanda”.
Como sempre, a população mais pobre será a mais atingida pelo aumento do número de casos do novo coronavírus, revelando que, diferente do que dizem especialistas e grandes meios de comunicação, classe social e condição de renda incidem sim na proliferação da doença.