UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Uma contribuição para o estudo do imperialismo

O choque entre a fase superior e a reprodução do capitalismo.

André Magalhães, professor de Geografia da Rede Estadual Militante da Unidade Popular e o coletivo de professores do MLC
Horácios do Jacques-Louis David

Sumariamente vamos tentar desenvolver uma contribuição para o estudo do imperialismo. A principio tentaremos expor, o mais simplesmente possível, os laços e as relações existentes entre as características econômicas fundamentais, que se encarnam de imperialismo e se desdobra cotidianamente enquanto necropolítica forma de resolução de um trabalho sujo com direito de escolha entre quem deve morrer ou viver (normalizado nas periferias de um sistema que produz uma humanidade supérflua). Atestamos que o estado de espírito já não é mais o mesmo e denotamos de uma realidade cabida no desenvolvimento do capitalismo tardio, a qual gerou farsadamente o capital constante em detrimento do centro capitalista.

Pensamos aqui uma realidade local específica, a qual definir a “zona de influência” de seu território era essencial para realizar sua mercadoria, após a retirada de todas as riquezas que nela havia deixava de ser terra. No decorrer dessa disputa territorial a especulação adentra a realidade local, em determinado momento, guiada por um grupo de milícias trocando balas e facas. São eles representantes não só da mercadoria da guerra, como também de um espírito beligerante autodestrutivo e fascista, assumindo as ferramentas reformadoras para a glória do capital.

Não queremos nos embaraçar em relações anteriores que nos defrontam ao fim do mundo; relações de domínio e violência formuladas nas referências ao patriarcado e racismo recorrentemente expressas no cotidiano. Implica-se na fase recente do capitalismo guiado por usar a ficcionalidade especulativa. Por outras palavras, o antigo capitalismo sucumbiu, o capitalismo da livre concorrência com este regulador absolutamente indispensável que era a bolsa, desaparece para sempre junto a seu futuro irrealizável. Uma gama de relações sociais é gerada nessa transição a qual vivemos, e nos surge novamente a questão para a que tende esta “transição” a constituir o capitalismo atualmente? Ao consumo do mundo e a eliminação sumária da humanidade supérflua que ele produziu. Inicia-se em 2008, com a crise da bolha, a aceleração deste processo de decomposição, escamoteando as relações de produção com a política econômica, terminando, pois, de inverter diretamente a Constituição do país em detrimento da produção.

É evidente que as ações de um punhado de monopolistas intermediários de seus próprios bancos, particularmente os operadores mais importantes do mundo financeiro, estão encurralados neste momento. A autogestão das comunidades tem mostrado como o poder de ação se encontra descentralizado, isto é, cuja influência se estende a um maior número de localidades, a recanto perdido, a vastos contingentes do povo. A própria ação que o banco realiza é a bolsa, a especulação do Estado com esforços medidos para salvar as vidas em risco neste momento. Iludem-se aqueles que acreditam em promessas de resoluções pela vida daqueles que não garantiram uma escola de qualidade, e podemos dizer que elas passaram a tomar as rédeas das ações de combate ao vírus, a exemplo das ações desenvolvidas nas universidades. As consciências das trabalhadoras e dos trabalhadores estão em disputa para a realização da valorização do valor, permitindo o capital reproduzir-se ampliadamente.

O processo mais simples, ao ser terceirizado, frequentemente se enquadra em uma condição de superexploração. As vantagens desse sistema são evidentes, ao ponto de serem encobertos nessa sociedade. A cara que o isolamento do presidente do país tem hoje possui significação econômica, ou se não a histeria econômica se imputaria ao risco de ver os corpos dos infectados sendo carregados, caso não se fizesse o isolamento social.

A risca, o próprio do capitalismo, dissociada forma valor, é o imperialismo, ou domínio do capital financeiro, a fase superior do capitalismo a se “transicionar”, consumindo repetidamente o futuro. Podemos avaliar esta dimensão ao viver sucessivas catástrofes em menos de 10 anos. Quase em todo o resto do mundo, de uma forma trabalhadora ou não-trabalhadora, há contribuintes ou devedores destes crimes. No frenesi econômico do inicio do novo milênio o Brasil importou diversas bolsas do capital fictício. Aqueles que o fizeram partilham do país às custas dos que trabalham para realizar a reprodução do capital.

Pela primeira fez, o mundo se encontra inteiramente conectado, de tal modo que, unicamente, se poderá por questões de novas ações, de transmissões estratégicas em todos os territórios; e se tomado êxito, de territórios sem donos.

Lembramos da importância, ao nivelamento da história, no mundo das últimas décadas, onde se reproduziu amplamente este sistema, pressionando os indivíduos pela mesma lógica simplificada de reprodução para garantir os meios de consumo básicos para a vida, quando não superexplorados, pois, nem a garantia a meios de consumo básico lhe pagam. Paradoxalmente hoje a produção mostra-se com a falta de matérias-primas industriais, entravando o processo de realização de mercadorias, juntamente a vida no mundo agora é suspensa. A cúpula do Estado esforça-se para equilibrar a irracionalidade de reprodução ampliada de bolsas fictícias. Enxertando aqui o interesse do capital fictício nas fontes de matérias primas já conhecidas, os presídios se tornam as casernas onde o sistema produtor consegue operar para atender a ânsia da ampliação da mais-valia, sem perceber o que o desassocia.

Enfim, o que está posto, encarnado para quem mais quiser ver, é como as promessas de mercadorias ainda não avaliadas não podem se realizar enquanto valor para acumulação, em detrimento da vida. Será necessário perguntar se há remediação no terreno capitalista? Os investimentos em guerra -incorporado friamente nas periferias, levam ao desenvolvimento das forças produtivas e a acumulação de capitais. São estes que partilham de “zonas de influência” no capitalismo brasileiro.

A dimensão gigantesca do capital fictício concentrada na mão de poucos, aperta os vínculos da reprodução ampliada, relacionada diretamente às condições de arrecadação dos meios básicos de consumo, pelas trabalhadoras e trabalhadores. Contudo, o capital financeiro esfola duas vezes o mesmo boi: primeiramente, a superexploração diária promovida nessa campanha modernizante de flexibilização do trabalho; em seguida a privação de defesa à vida em detrimento de uma taxa de lucro nunca satisfeita.

Quais perspectivas ultracapitalistas, nesse espírito eminentemente reacionário, a esperança e a paz orientam o futuro? Não se sabe se haverá futuro. Os representantes do Estado, ou das mercadorias (como preferirem), celebram alianças, a fim de salvaguardar ou ampliar suas possessões e os interesses das suas “zonas de influência” – nem que sejam cibernéticas. Não há o que reconciliar.

Aparecem por toda parte tendências para a liberdade, unidas no lamaçal da dominação. Tal irracionalidade, encarnada nos restos putrefatos do presidente Bolsonaro, não pode conservar sua dominação senão multiplicando sem cessar as suas forças militares policiais – reproduzindo exatamente em um setor específico de trabalho, simples e ampliadamente, o capital, dando condições de consumo pessoal a estas trabalhadoras e trabalhadores da segurança.

A crítica ao imperialismo está impregnada. A tendência incompatível do sistema produtor atual, atenuando suas contradições, tentará se manter. É preciso no seio do movimento comunista uma unidade comprometida à sua abolição.

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