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quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Apoiadores de Bolsonaro agridem imprensa em Brasília

Foto: Ueslei Marcelino/Reprodução

Ícaro Santos, negro e jornalista
Militante da Unidade Popular/Diadema-SP

BRASIL – Em maio é comemorado o dia da mundial da liberdade de imprensa. Essa data celebra o direito de todos os profissionais da mídia de investigar e publicar informações e alertar contra as impunidades sofridas por diversos jornalistas no mundo que são torturados ao tornar públicas diversas informações e foi criado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em 1993.

Neste ano, o Brasil assumiu o 107º lugar no Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa produzido anualmente pelo Repórteres Sem Fronteiras, caindo 5 posições desde 2017. Segundo a Unesco, entre os anos de 2012 e 2016, foram 530 jornalistas mortos, uma média de duas mortes por semana. No Brasil, em 2016, foram cinco jornalistas mortos por exercer sua profissão.

Mas, as ideias dominantes em uma sociedade nada mais são do que as ideias da classe dominante. São os que possuem o controle do sistema econômico que também controlam o fluxo de informação e as ideias que permeiam. A ideia de que é necessário liberdade e democracia para exercer a profissão de jornalista na verdade serve para velar que não vivemos num sistema democrático de direito e sim num sistema de exploração.

A imprensa no Brasil hoje é controlada por poucas famílias. A primeira delas é a família Marinho, donas dos canais, rádios e mídia impressa ligadas a Rede Globo. Ainda estão na lista SBT, BANDEIRANTES, o Grupo RBS e a TV Record do Bispo Edir Macedo, que distribui o jornal impresso de maior tiragem e gratuito do Brasil, a Folha Universal.

Mas, durante o dia mundial da liberdade de imprensa, neste domingo (03/05), manifestantes pró-Bolsonaro realizaram um ato a favor do governo federal, pedindo uma nova ditadura, fechamento do congresso e contra tribunais de justiça. Durante o ato, promoveram atos de violência contra trabalhadores da imprensa. Em mais uma de suas participações criminosas em atos antidemocráticos, o presidente Jair Bolsonaro observou, e em seguida validou as agressões promovidas pelos seus defensores.

Enquanto Jair Bolsonaro saudava a aglomeração no palácio do planalto, os manifestantes começaram a dirigir ofensas ao repórter fotográfico Dida Sampaio (O Estado de S. Paulo) e seu motorista. Logo, as ofensas se tornaram empurrões, chutes e socos, um ataque contra todos da imprensa ali. Demonstrando sua irresponsabilidade, o presidente ainda respondeu, em transmissão ao vivo, que a imprensa “tinha ido longe demais”. A imprensa, durante o ataque, pediu ajuda da polícia militar que acompanhava o ato, contudo não houve interferência até que acabassem as agressões.

Mais uma vez Bolsonaro e seus apoiadores tiram a máscara de cidadãos de bem, mostrando seu caráter, sua moral e suas tendências fascistas.

Segundo a FENAJ, Federação Nacional dos Jornalistas, desde que Bolsonaro assumiu a presidência já foi responsável por 179 ataques contra a imprensa brasileira.

Enquanto Bolsonaro mantém seu comprometimento contra a imprensa, demonstra que não quer que o povo veja seu projeto de governo antipovo, seus ataques contra os direitos mínimos dos que mais precisam, o presidente demonstra ser contra a educação, saúde e previdência pública. Isso que faz de Jair Bolsonaro um inimigo dos que mostram a falsidade desse suposto “mito”

Não existe, no governo atual e na sociedade capitalista, liberdade e justiça para os trabalhadores. A única solução para a verdadeira liberdade dos povos é o fim da sociedade capitalista e democratização da imprensa para que o povo possa de fato ter acesso a verdade e para que nenhum trabalhador tenha que sofrer nenhuma violência para exercer sua função.

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