Com recorde de mortes, prefeito de Duque de Caxias quer fim da quarentena

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SUPERLOTAÇÃO – Leitos para pacientes de coronavírus estão no limite no Rio de Janeiro. (Foto: Toni Pires / El País)

Prefeito de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, quer acabar com medidas de isolamento social em pleno pico de contaminação do novo coronavírus. Intenção recebeu críticas de especialistas e lideranças populares da cidade. 

Brenner Oliveira
Rio de Janeiro

No mesmo dia em que o Brasil superou a triste marca de 20 mil mortes  por coronavírus e bateu novo recorde de óbitos para um dia, com 1188 vítimas fatais, o prefeito de Duque de Caxias (RJ), Washington Reis (MDB), anunciou sua intenção em decretar a reabertura das atividades na cidade, incluindo comércio, serviços e indústria. 

A cidade da Baixada Fluminense foi a última a adotar medidas restritivas em meio à pandemia de Covid-19 e, agora, será a primeira a flexibilizar. O descaso com a vida da população é tão grande que nem o hospital de campanha da cidade foi entregue até agora. 

A intenção da Prefeitura foi alvo imediato de críticas. “Duque de Caxias é a segunda cidade com número de mortos no Estado e já está com 100% dos leitos de CTI ocupados. O prefeito Washington Reis parece não estar nem aí com o sofrimento do povo. Ele mesmo foi contaminado pelo coronavírus, mas como é rico, foi se tratar num hospital particular na Zona Sul do Rio de Janeiro, enquanto o povo pobre da nossa cidade padece à espera de um leito”, afirmou Juliete Pantoja, presidente da Unidade Popular (UP) em Duque de Caxias.

Caso se confirme mesmo o relaxamento das medidas de isolamento social, uma verdadeira tragédia acontecerá. Nenhuma autoridade sanitária séria recomenda o fim da quarentena sem antes a epidemia estar sob controle, o que claramente não é o caso de Duque de Caxias. Até quando os governantes continuarão brincando com a vida do povo?