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segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Hoy: uma tribuna dos trabalhadores argentinos

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POPULAR – Trabalhadores membros da Juventude Comunista Revolucionária da Argentina divulgam o Jornal Hoy semanalmente. (Foto: Reprodução/Jornal Hoy)
Redação Nacional
Jornal A Verdade

Fundado em 1983, o Jornal Hoy é um importante órgão dos trabalhadores e da juventude argentina. A expansão do jornal teve um papel muito importante no desenvolvimento do Partido Comunista Revolucionário e na divulgação das ideias socialistas junto ao povo argentino. Para melhor compreensão dessa história, A Verdade entrevistou os companheiros da sua redação.

Quando e por que foi criado o periódico Hoy?

O periódico Hoy, cujo primeiro número é de fevereiro de 1983, é o continuador de Nueva Hora, periódico do Comitê Central do Partido Comunista Revolucionário (PCR) da Argentina desde sua fundação, em 6 de janeiro de 1968.

Nascemos na clandestinidade da luta contra a ditadura militar de Onganía, instaurada com o golpe de Estado de 1966 em nosso país, defendendo o marxismo-leninismo, em ruptura com o velho Partido Comunista revisionista seguidista de Moscou. Nessas condições, editamos, imprimimos e distribuímos o Nueva Hora.

Após essa ditadura, aproveitamos o período entre 1973 e 1976 para editar legalmente o jornal, seguindo os ensinamentos de Lênin e mantendo nossos princípios e objetivos revolucionários, até o novo e mais sangrento golpe, em 24 de março de 1976, que iniciou a ditadura fascista mais terrível da nossa história. Em 1974, nosso Partido aderiu ao marxismo-leninismo-maoísmo desde nosso 3º Congresso.

Essa ditadura fascista, hegemonizada pelos setores militares pró-social-imperialistas liderados pelos generais Videla e Viola, não nos surpreendeu porque fomos impulsionadores ativos da luta antigolpista com 11 mártires, mantendo a organização clandestina forjada na luta contra a ditadura anterior por não ficarmos embevecidos com a frágil “legalidade”, a qual aproveitamos para nos prepararmos melhor.

Dessa maneira, fomos capazes de cavar brechas para permanecer no país e continuar imediatamente com a luta contra a nova ditadura, com a edição clandestina do jornal, que, durante algum tempo, teve que ser quinzenal. Conseguimos manter e distribuir esta edição impressa por todo o país durante aqueles anos sangrentos com a organização clandestina de centenas de heroicos camaradas e companheiros. A ditadura teve que negociar sua retirada após a derrota na Guerra das Malvinas, em 1982, pelo imperialismo da Inglaterra apoiado pela Otan, com a abstenção da Rússia e do novo imperialismo da China, embora tivéssemos o apoio do proletariado e de todas as nações e povos oprimidos como o brasileiro, o qual sempre agradeceremos.

Falem um pouco dos principais momentos da história do Hoy.

Após o fim da ditadura, em 1983, num processo cheio de concessões negociado com os partidos burgueses (incluindo o antigo PC), o PCR não foi habilitado para atuar legalmente e ainda foi mantido o pedido de prisão do nosso secretário-geral Otto Vargas. Não aceitamos alterar o nome do partido ou modificar nosso estatuto ou nossos objetivos programáticos (ajustando-nos aos requisitos do novo Estatuto dos Partidos Políticos imposto pela ditadura para conceder as eleições).

Foi assim que, para poder trabalharmos politicamente com os possíveis aliados e com as massas, mantendo as organizações do PCR, resolvemos, em 1983, pela criação do Partido do Trabalho e do Povo (PTP), como braço legal do PCR, e pelo início da publicação legal do jornal Hoy – servir ao povo, como continuador do proibido Nueva Hora. Anos mais tarde, o Hoy passou a anunciar-se em sua capa, até atualmente, como Semanário do Partido Comunista Revolucionário da Argentina. Mantemos sua distribuição e prestação de contas pelos organismos do Partido em todas as partes do país que alcançamos e continuamos a expandir. Continuamos a considerar o Hoy como o principal instrumento de propaganda e organização do PCR, complementando nossa tarefa com o site do PCR e as redes sociais. Também como parte da tarefa de difusão e desenvolvimento do Partido e de sua Juventude, os camaradas fazem brigadas nas portas dos locais de trabalho ou de estudo e fazem piqueniques setoriais e anualmente um piquenique central de seus jornais Hoy e Chispa (anteriormente Nueva Juventud), quando há condições legais.

Como foi possível manter o periódico semanal independente, sem nenhum apoio de empresas capitalistas?

A organização do Partido, sua expansão e fortalecimento, na qual a leitura coletiva e a divulgação do jornal desempenham um papel muito importante, é o que permitiu e permite sua autossustentação sem nenhum apoio econômico empresarial ou estatal, de dentro ou de fora do país, garantindo nossa linha independente, sem condicionamentos, sempre com o lema de servir ao povo.

Como destacamento nacional de uma classe que é internacional, aplicando a teoria marxista-leninista-maoísta à realidade de nosso país oprimido e dependente, unindo e desenvolvendo a prática e a teoria ao calor das lutas operárias, camponesas e populares, é como este semanário conseguiu se autossustentar, editar e distribuir mesmo que nas condições mais difíceis da clandestinidade durante as ditaduras mais sangrentas que nosso povo e nossa Nação sofreram.

São centenas de camaradas e companheiros que, em seus locais de trabalho, de estudo, de moradia ou de lazer, garantem que o Partido e seu jornal estejam presentes, garantindo sua distribuição e a prestação de contas semanal.

Como é o processo de produção do jornal?

No conteúdo de nosso jornal, principalmente no editorial (Hora Política), nosso secretário-geral, Otto Vargas, esteve envolvido desde o início, semana a semana. Não é para tirar os méritos de nossa redação limitada, mas está claro que, sem o PCR, liderado desde a sua fundação pelo secretário-geral Otto Vargas até sua recente morte, em 14 de fevereiro de 2019, não teríamos conseguido sobreviver durante esses mais de 52 anos. Hoje, esse acompanhamento político é realizado pelo camarada Jacinto Roldán, que também participa das reuniões de encerramento do jornal. Nossa Redação se reúne no dia seguinte à publicação do jornal, discute a situação política como qualquer outro organismo partidário, faz o balanço do número em circulação e planeja o próximo, atendendo às diretrizes gerais do Comitê Central na luta política, social e econômica do momento. Neste sentido, esforçamo-nos por manter semanalmente anotações sobre os objetivos revolucionários do proletariado e sobre a doutrina marxista-leninista-maoísta.

Nosso jornal também edita, a cada dois meses, os Cadernos de Difusão do Marxismo-Leninismo-Maoísmo, com trechos das obras dos líderes revolucionários do proletariado da história nacional e internacional.

Foram também centenas de companheiras e companheiros que se forjaram ao longo desses anos como correspondentes no calor da luta política e possibilitaram que nosso jornal refletisse, dentro de nossas limitações, semana a semana, o que vem acontecendo entre as massas, suas necessidades e suas realizações. Também foram muitos camaradas que, a partir de seu conhecimento profissional – ou como parte das diferentes comissões colaboradoras do Comitê Central –, colaboram enviando notas específicas sobre seus temas por iniciativa própria ou por solicitação da Redação segundo as necessidades políticas. Hoje, com a internet, foi muito facilitada a comunicação, o pedido e a chegada das notas, que depois processamos para sua edição, produzindo os PDFs para a impressão, que atualmente é comercial.

Na segunda semana de abril, semana não conseguimos editá-lo em papel devido às restrições impostas pela pandemia do coronavírus, por isso, fizemos um produto digital com todas essas contribuições, que refletem como estamos levando adiante o combate popular nestas difíceis condições.

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