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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Paula Colares é indicada pré-candidata da UP em Fortaleza

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O Diretório Estadual do Unidade Popular pelo Socialismo, no Ceará, reuniu-se no mês de abril e definiu o nome da companheira Paula Virgínia Colares como pré-candidata à prefeitura de Fortaleza para às próximas eleições municipais. Ela nasceu e cresceu na cidade da capital cearense, tem 40 anos e é professora substituta da rede municipal, graduada em pedagogia pela Universidade Federal do Ceará.

Redação do Ceará

Iniciou sua militância aos 17 anos, sendo uma das fundadoras da União da Juventude Rebelião (UJR), no Ceará, teve uma atuação no movimento estudantil secundarista, como também, no movimento universitário, onde mais teve destaque. Fez parte do Centro Acadêmico de Pedagogia Paulo Freire, das Executivas Estadual e Nacional dos estudantes de pedagogia e do Diretório Central dos Estudantes da UFC. Participou de diversas lutas na UFC, como a luta pelo voto paritário para as eleições para Reitor; Foi a vanguarda da luta pela creche para às estudantes, entre outras lutas pela autonomia universitária e mais financiamento para assistência estudantil.

Atualmente, é presidenta estadual da Unidade Popular, no Ceará, e faz parte da Coordenação Nacional do Movimento de Mulheres Olga Benario, desenvolvendo importantes lutas e campanhas pelos diretos das mulheres e contra a violência no estado, a exemplo da ocupação do prédio onde atualmente funciona a Casa da Mulher Brasileira, em 2018, exigindo a sua imediata abertura e funcionamento.

A VERDADE: Como está atualmente o processo de construção da UP?

PAULA: No Ceará, a UP tem se desenvolvido bem, estamos presentes principalmente em Fortaleza, nas principais cidades da região metropolitana como Caucaia e também na região do Cariri, nas cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha. Através da construção dos seus núcleos de base, a UP tem conseguido movimentar e formar os/as filiados/as, o que avaliamos como algo muito importante para a construção de um partido. Assim, conseguirmos levar nossas propostas para todos que estão organizados conosco, aqui no estado. A formação política é peça fundamental para nosso trabalho de base da UP no Ceará.

A VERDADE: A quais lutas a UP está mais diretamente envolvida nesse momento?

 

PAULA: A Unidade Popular sempre buscou construir e fazer parte das principais lutas da classe trabalhadora pelos seus direitos, participando dos atos e greves gerais. Atuamos mais diretamente entre algumas categorias importantes, como os professores do município e do estado, jornalistas e petroleiros, ficando na linha de frente das últimas mobilizações em defesa da Petrobrás. A UP ainda atua nas lutas populares por moradia digna, contra a carestia, por creches e escolas em tempo integral, contra a violência às mulheres, o assédio e também se faz presente nas principais lutas da juventude no estado, como a defesa do direito à meia estudantil, educação de qualidade e assistência estudantil.

A VERDADE: O que a UP defende para a cidade de Fortaleza?

PAULA: Fortaleza é uma das capitais que mais cresce no nosso país, com cerca de 2,643 milhões habitantes e tendo o 10º maior PIB do Brasil, no valor de 61,5 bilhões de reais. No entanto, o que vemos é o crescimento da pobreza. Atualmente, são mais de 1.700 pessoas vivendo em situação de rua, um déficit habitacional de cerca de 130 mil famílias (mas a Prefeitura só garantiu mil aluguéis sociais, conforme previsto no orçamento municipal). Observamos também o crescimento do desemprego; Fortaleza foi a terceira cidade do Brasil que mais fechou postos de trabalho em janeiro deste ano, ou seja, o povo na nossa cidade tem vivido em meio a enormes dificuldades de se manter, sendo extremamente necessária uma política de geração de empregos.

O índice de violência contra as mulheres só tem crescido, a falta de casas-abrigo, centros de referência é um problema grave. Fortaleza conta hoje com apenas uma DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), o que está longe de atender suficientemente as vítimas de violência. Enquanto mulheres, queremos muito mais, queremos estar vivas, é claro, mas queremos viver com dignidade. Faltam empregos, creches, escolas em tempo integral e uma política de saúde da mulher nos postos de saúde e UPAS. Nesse sentido, precisamos desenvolver políticas públicas para as mulheres, de combate à violência, com a parceria dos movimentos feministas organizados, bem como políticas de saúde que venham a atender as questões especificas da saúde feminina.

A violência urbana cresce matando principalmente os jovens negros nas periferias da cidade. Fortaleza foi palco de várias chacinas nos últimos anos, e quem mais sofre com essa situação é o povo pobre. A juventude não tem perspectiva, nem acesso à cidade, todos os anos vemos os ataques ao direito à meia estudantil, além de passagens de ônibus caras, um transporte público sem qualidade e segurança, e a política do autoatendimento que levou às demissões em massa dos trabalhadores dos transportes. No entanto, os empresários do transporte coletivo continuam lucrando às custas da classe trabalhadora. Nesse sentido, a UP defende o passe livre para estudantes e desempregados, o fim do monopólio do transporte e a sua reestatização.

Acreditamos que podemos mudar a realidade do povo de Fortaleza, construindo uma cidade com uma verdadeira participação popular, defendendo os interesses do povo pobre e da classe trabalhadora, e não dos ricos. A defesa do serviço público e o seu funcionamento com qualidade fazem também parte dos nossos objetivos, além de um orçamento público onde o povo possa opinar quais serão as prioridades de investimento, ou seja, do seu dinheiro. Desenvolver políticas de habitação, saúde e educação básica é fundamental e possível quando se tem disposição para combater de frente as desigualdades e resolvê-las.

A VERDADE: Como a UP chegou ao seu nome como pré-candidata à Prefeitura de Fortaleza?

PAULA: Fizemos um profundo debate sobre a importância de a UP garantir pré-candidaturas nas principais capitais, para principalmente apresentarmos o nosso programa e sermos também uma alternativa de voto, luta e organização popular. A indicação do meu nome veio da necessidade de as mulheres estarem na linha de frente da disputa eleitoral, já que essa é a realidade das principais lutas do nosso país, onde as mulheres estão sempre presentes na vanguarda. No entanto, a UP observou que essa realidade não se configura nas eleições, pois o que vemos é um baixo índice de participação das mulheres na política parlamentar. Dessa forma, para mim é um grande desafio, como também uma honra ter o meu nome escolhido para essa tarefa.

A VERDADE: Por fim, o que mais você gostaria de falar para os nossos leitores?

A Unidade Popular acredita que é possível uma nova sociedade, na qual a classe trabalhadora, homens e mulheres do povo possam usufruir do suor do seu trabalho, que diferente dessa sociedade em que vivemos, não sirva para enriquecer uma dúzia de ricos parasitas. Com luta, organização popular e sem conciliação de classes, podemos juntos mudar nossos destinos e viver com dignidade. Por último, convido todas e todos a construírem essa alternativa conosco. Vamos à luta! Se filiem à UP!

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