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sábado, 16 de novembro de 2024

Só a mobilização popular garante o impeachment

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MOBILIZAÇÃO – Manifestação anticapitalista e pelo poder popular. (Foto: Jornal A Verdade)
Fernando Alves

BELO HORIZONTE (MG) – O Brasil já entra no terceiro mês com a pandemia de Covid-19 aumentando exponencialmente. Enquanto a crise sanitária se espalha, o país ocupa o segundo lugar mundial com maior número de casos de contaminados, atrás apenas dos Estados Unidos. Dois ministros da Saúde e um general assumiram a pasta, este sem nenhum conhecimento ou formação na área. Na verdade, o presidente quer um ministro para “assinar atestados de óbito”.

Mesmo diante desse grave problema, vemos também um país desgovernado por uma crise política e econômica sem precedentes. O governo fascista de Bolsonaro representa o que há de mais pobre na sociedade brasileira, reunindo a escória da política nacional, que desrespeita a Constituição Federal, promove ameaças e ataca sem piedade os direitos dos mais necessitados. É um governo de injustiça e privilégios.

Para Samara Martins, odontóloga e vice-presidente da Unidade Popular, “Jair Bolsonaro há muito já colocou todo seu machismo, racismo, homofobia e fascismo à mostra. E nesse momento em que se esperava que todas as forças, inclusive governamentais, estivessem voltadas para vencer a pandemia, ele e toda sua equipe reforçam o seu caráter genocida. Sua rejeição bate recordes a cada pesquisa e, com certeza, se não estivéssemos nesse momento atípico de prevenção e defesa da vida, estaríamos lotando as ruas pelo ‘Fora Bolsonaro’ e em defesa do impeachment, defendendo um governo popular. Jair Bolsonaro não tem condições de governar nosso país. É fraco, incompetente e despreparado”.

A reunião ministerial de 22 de abril ainda está viva e presente na memória dos brasileiros. Ali se manifestaram os ministros de um governo que pensa exatamente o que falaram. Não foi uma reunião democrática, mas para reafirmar o intuito de atacar qualquer liberdade e direitos. Portanto, uma reunião de golpistas.

Como disse Kleber Santos, coordenador do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), “o fascismo é a forma de governo mais degradante e perversa da ordem social capitalista. Procura aprofundar a exploração e a opressão sobre os trabalhadores e os pobres. Bolsonaro representa isso. É hora de colocar para fora esse governo corrupto ou vai se acelerar ainda mais a barbárie em nosso país”.

Trilhões para banqueiros

Ao invés de debater um plano para enfrentar o coronavírus e impedir milhares de mortes pela contaminação, mostrou a incompetência e o descaso do governo com a vida dos brasileiros. Para um governo que afirma que a economia deve estar acima da vida, o ministro banqueiro Paulo Guedes defendeu a privatização do Banco do Brasil, atacou os servidores públicos e defendeu as grandes empresas.

Depois de entregar R$ 1,2 trilhão aos banqueiros em 23 de março de 2020, o governo aproveitou a votação do chamado Orçamento de Guerra (Emenda Constitucional 106), aprovado a toque de caixa pela Câmara dos Deputados, em sessão virtual, que, entre outras medidas, garante mais R$ 972,9 bilhões na compra de ativos privados (papéis pobres) aos bancos, pagos pelo Tesouro Nacional, como denunciou Maria Lúcia Fattorelli, coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida. Ou seja, já são mais de R$ 2 trilhões desviados para os banqueiros, enquanto mais de 10 milhões de trabalhadores desempregados sequer receberam a primeira parcela do auxílio emergencial de R$ 600.

“Nos cafés da manhã com meus companheiros e companheiras de trabalho, na Estação Santa Cecília do Metrô, falamos sobre o nosso desejo de derrubar Bolsonaro. Essa corja deve ser arrancada do poder através da nossa luta social. Aí estaremos mais próximos de um governo que defenda a vida, e não os lucros e que acabe com a pobreza e o desemprego”, opinou Ricardo Senese, diretor do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.

Novas ameaças

O ministro do Meio Ambiente Ricardo Sales, disse que era o momento de aproveitar a “distração” de todos para “passar a boiada”. Em outras palavras, alterar às escondidas as leis ambientais, atacar as terras dos povos indígenas e dos pequenos agricultores, devastar as florestas e rios, em benefício do agronegócio, das mineradoras, do garimpo ilegal e das madeireiras.

Completando o roteiro de maldades, Damares, Weintraub, general Heleno e o próprio presidente continuaram atacando, ameaçando e defendendo o fechamento do Congresso, do STF e a prisão de ministros do Supremo, governadores e prefeitos, além de calar a imprensa. Tudo isso de forma aberta, sem meias palavras. O que querem é carta branca para prender, torturar e assassinar quem deles discordar. Querem esconder seus crimes e defender seus filhos e amigos, chefes de quadrilhas investigados por corrupção e assassinatos. Deixar livres para fazerem o que bem quiserem os milicianos e grupos de extermínio, como aconteceu durante os 21 anos de terror que eles implantaram na ditadura militar de 1964.

Por outro lado, o capitão reformado continua participando de atos, insuflando seu pequeno grupo de seguidores contra o mínimo de democracia que ainda existe no país. Mantém um grupo de 300 milicianos armados acampados na porta do Congresso, financiado por empresários e parlamentares bolsonaristas, para intimidar e agir no momento que achar conveniente aos seus interesses.

O que ainda sustenta Bolsonaro são militares corruptos, saudosistas da ditadura militar e empresários milionários e os banqueiros. Enquanto isso, cresce a indignação popular contra o governo, como mostra a pesquisa dos dias 25 e 26 de maio, divulgada pela Folha de São Paulo, que apontou que 43% reprovam o governo Bolsonaro e suas medidas; 61% consideram que o capitão quis realmente intervir na PF.

A resposta virá das ruas

Em 2019, milhares de estudantes e trabalhadores foram às ruas contra os cortes nas verbas da educação. Os protestos obrigaram o governo recuar. Isso demonstra que a força para derrotar os fascistas vem das ruas e que a força popular pode derrotá-los, não os acordos e as portas fechadas dos gabinetes.

“Devemos atuar na luta pelo impeachment de Bolsonaro, trabalharmos para ganhar cada dia mais setores populares. Derrotar esse governo de mentiras, das chamadas fake news, que gerou uma situação de caos e desespero e impediu que o povo pobre fizesse quarentena. Um governo que, mesmo cometendo tantos crimes, ainda estimula e prepara um golpe articulando grupelhos fascistas. Bolsonaro é uma verdadeira ameaça à vida do nosso povo. Por isso, a UP desencadeou uma grande campanha pelo ‘Fora Bolsonaro e Por Governo Popular!’, assinou o pedido de impeachment, essa luta exigirá do nosso povo muita coragem, criatividade, unidade para vencer, e temos a certeza que vencerá!”, assinalou Leonardo Pericles, presidente nacional da Unidade Popular.

O momento exige um forte e organizado movimento de massas, que vá às ruas e exija o impeachment de Jair Bolsonaro e todo o seu governo, convoque eleições e lute por um governo da classe trabalhadora, comprometido com os interesses da classe trabalhadora e dos pobres, acabe com o desemprego, defenda a soberania nacional reestatizando as empresas estatais privatizadas, decrete a moratória e auditoria da dívida pública, garanta a verdadeira liberdade de expressão e julgue e prenda os assassinos e torturadores da ditadura militar. Além disso, criar programas de emprego e renda, investimentos em educação e saúde públicas, em ciência e tecnologia e na cultura nacional, construa moradias populares, acabe com o agronegócio e a destruição do meio ambiente. São algumas das medidas a tomar. Derrotar as ameaças fascistas e os golpistas, avançar e preparar as condições para um governo popular e o Socialismo!

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