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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Bairros pobres estão sem água e saneamento em Salvador

Willian Santos
União da Juventude Rebelião – Bahia

SALVADOR – Com mais de 82.314 mil casos do novo coronavírus na Bahia e 2.001 óbitos registrados, sem falar da subnotificação de casos pela falta de testes, Salvador é o epicentro do Estado, contando com pelo menos 36.813 (45,61%%) casos confirmados.

Sabe-se que o uso da água e sabão, ao lado dos insumos e EPIs, da testagem da população em massa e o distanciamento social, são as principais armas de prevenção e combate ao vírus COVID-19. No entanto, esse fator parece estar sendo ignorado pelo Governo do Estado da Bahia e a Prefeitura de Salvador.

No último domingo, 28/06, vários bairros de Salvador tiveram o fornecimento de água interrompido para manutenção em tubulações antigas, sem nenhum tipo de abastecimento emergencial. Entre eles a Liberdade, Pernambués, bairros que estão entre os dez com maiores casos confimados, o Uruguai, bairro com maior incidência de casos registrados da cidade-baixa, onde já faltou água pela sexta vez durante a pandemia. Outros bairros, como a Pituba, bairro que voltou a ser mais casos confirmados, também tiveram a água cortada devido a obras do BRT, nessa sexta-feira, 26/06.

Na verdade, esse descaso com o saneamento básico não é de hoje, tendo o sucateamento proposital do serviço público estatal como tática para justificar a privatização, a postura de Rui Costa segue fielmente a cartilha do fascista Bolsonaro que aprovou o novo marco do saneamento básico que, em outras palavras, significa a entrega de um serviço básico, renegado há anos a uma grande parcela da população pobre, à iniciativa privada. Na Bahia, apenas 39,51% da população tem coleta de esgoto e somente 47,9% da população não possuem os considerados  três serviços de saneamento básico: coleta direta ou indireta de lixo, abastecimento de água por rede geral e esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De fato, vários trabalhadores que residem nesses bairros, não foram dadas as condições mínimas para que ao chegarem em suas casas, façam a higienização, contribuindo para o aumento de casos e mortes nessas categorias. Vale lembrar também que a maioria das casas nas favelas não possuem reservatórios de água e vários bairros não tem nem sequer o saneamento básico, acarretando em endemias e epidemias de outras doenças durante a pandemia do coronavírus, como a diarreia, dengue e a chikungunya.

Precisamos de uma política que não ignore os mais de 9.449 casos  do novo coronavírus entre os profissionais da saúde em nosso Estado, onde Rui Costa, Governador da Bahia, declarou a culpa serem desses trabalhadores, na tentativa de esconder a falta de EPIs nos hospitais de campanha.

Salvador é considerada a capital do trabalho informal e, além da humilhação que o povo tá passando para ter acesso ao seu direito de ter o auxílio emergencial do governo federal, somos obrigados a passar pela mesma humilhação na Prefeitura, que oferece um auxílio de apenas R$ 237,00, mas somente aos trabalhadores ambulantes que tiveram condições de pagarem uma taxa de R$ 50,00 à Prefeitura para serem cadastrados e terem o direito de trabalharem no Carnaval!

Nesse sentido, essa recorrente falta de água escancara o caráter desse sistema econômico e seus representantes, que se utilizam da situação para superfaturarem, chegando até a contratar serviços de empresa privada de estelionatários com o nosso dinheiro público para importar respiradores e tomarem o famoso “calote”. Fazem incansáveis discursos que estão fazendo muito pelo combate ao coronavírus, principalmente por estarmos em ano eleitoral.

Porém, esse discurso é uma grande hipocrisia, vindo do Governador que expulsa famílias sem-teto de ocupação com violência, fecha dezenas de escolas públicas, coloca a polícia militar para aterrorizar quilombo em nome da especulação imobiliária, que declara que a Bahia é o Estado com mais casos de mortes violentas desde janeiro (antes da pandemia) devido  a soltura dos presos durante a pandemia e do Prefeito playboy que herdou sua riqueza às custas do sangrento período da ditadura militar, tendo seu avô como Governador Biônico da Ditadura na Bahia e Ministro das Comunicações, que fruto desse cargo passou a comandar a afiliada da Rede Globo na Bahia, a Rede Bahia.

Para ajudar a enfrentar essa situação, os companheiros da Unidade Popular lançam pré-candidaturas à Prefeitura e vereadores em Salvador e em diversas cidades do Estado, como Jacobina, Teixeira de Freitas, Itabuna e Ilhéus, de lutadores sociais convictos da necessidade de uma sociedade mais justa. Com certeza, a luta política para ganhar a consciência dos homens e mulheres que são submetidos à essas humilhações que eles devem ser protagonistas dessa mudança não será tarefa fácil, mas é necessário combatermos firmes e fortes com A Verdade, que, combinada com a prática revolucionária junto ao povo se torna uma ferramenta tão poderosa quanto a grande mídia que eles possuem para ecoarem seu programa de ilusões e mentiras e as instituições ao seu favor.

Fontes:

http://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/07/BOLETIM_ELETRONICO_BAHIAN_101___03072020.pdf

https://infogram.com/populacao-com-coleta-de-esgoto-1h7j4dmvnk1x4nr

https://www.metro1.com.br/noticias/bahia/65300,quase-metade-da-populacao-baiana-nao-tem-acesso-a-saneamento-basico-diz-ibge

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1 COMENTÁRIO

  1. É mais que hora do povo assumir o protagonismo nessa luta sem fim. A Verdade é um jornal visceral e que nós dá voz q utilizarmos esse veículo na formação da conciência política de nosso povo de maneira competente e incansavel.
    Parabéns aos criadores!

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