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sexta-feira, 15 de novembro de 2024

BTG PACTUAL compra R$ 3 bi de crédito do BB por R$ 300 milhões

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A operação não somente foi manchete do noticiário econômico, como também impactou associações e sindicatos de funcionários e bancários, que se manifestaram questionando o suposto favorecimento dado pelo Banco do Brasil ao BTG PACTUAL, fundado por Paulo Guedes, nesta transação e cobrando a transparência desta informação.

Foto: Ministro da Economia de Bolsonaro é conhecido como Posto Ipiranga e Chicago Boy

Por José Lucas Mussi
Coordenador Nacional do Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas
Membro do Diretório Estadual da Unidade Popular de Santa Catarina

Pela primeira vez na história do Banco do Brasil, fundado em 1808, há mais de 200 anos, o banco cedeu carteira de 3 BILHÕES de reais em créditos “perdidos” pelo valor ínfimo de R$ 371 milhões para o BTG PACTUAL, banco fundado por Paulo Guedes, Ministro da Economia e posto Ipiranga do fascista Jair Bolsonaro.

Em resumo o BTG Pactual comprou R$ 3 bilhões de créditos públicos podres, por 10% (dez por cento) do seu valor, R$ 300 mil. Estes créditos públicos chamados de “podres” não tiveram sua origem divulgada, faltando transparência, podendo se tratar de créditos fáceis de serem recuperados, o que resultaria em um lucro significativo.

A operação pode ser exemplificada como se um cidadão comum comprasse créditos públicos podres de R$ 30.000,00 por R$ 300,00, e conseguisse recuperar R$ 10.000,00, lucrando R$ 9.700,00 com a operação.

Pelo valor lucrado pelo banco BTG Pactual, R$ 2.7 Bilhões, daria para construir 270 hospitais de campanha de R$ 10 milhões com 54 mil leitos, o que poderia ter evitado pelo menos 54 mil mortes pelo covid-19. Ainda, caso os R$ 2.7 Bilhões lucrados fossem investidos em respiradores de R$ 100 mil, poderiam ter sido comprados 27.000 equipamentos, evitando-se 27 mil mortes motivadas pela pandemia.

Em meio a uma grave crise econômica na qual Bolsonaro se recusou a pagar R$ 200 de auxílio emergencial aos brasileiros, vindo o povo a reagir, pressionar e conquistar com muita luta e pressão popular o valor de R$ 600 de auxílio emergencial do Congresso Nacional, um banco privado lucra em um dia 2.7 BILHÕES, o equivalente ao benefício de auxílio-emergencial de 4.5 milhões de brasileiros e brasileiras (!).

A operação de valor e tamanho inédito no mercado financeiro brasileiro se deu sem licitação ou qualquer processo que possibilitasse a concorrência ou a disputa entre outros bancos. A concorrência é um dos valores mais primordiais do neoliberalismo, corrente da economia defendida por Paulo Guedes, que sempre é desrespeitada em detrimento do monopólio do capital, como no caso em questão.

A equipe do Jornal A Verdade entrou em contato com Funcionários do Banco do Brasil que preferiram não se identificar e estes denunciaram que ao questionarem a lisura e a honestidade de tal operação aos seus superiores os mesmos reagiram com autoritarismo, sem transparência ou explicações sobre a operação.

Inúmeros sindicatos da categoria dos bancários no país viram com estranheza tal operação e acreditam se tratar de operação suspeita que visa beneficiar Paulo Guedes e seu banco BTG Pactual, pois se trata da primeira operação da história em que se cede tamanho valor para um banco fora do conglomerado de bancos controlado pelo Banco do Brasil.

Para João Fukunaga, diretor executivo do Sindicato SPBANCARIOS e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), trata-se de uma operação, no mínimo, suspeita. “A venda da carteira de crédito para o BTG Pactual, dita de vanguarda, é bastante suspeita ao beneficiar, pela primeira vez, um banco fora do conglomerado e que justamente foi criado pelo ministro bolsonarista. Como saber se o BB não está sendo usado para interesses escusos do Paulo Guedes?”, questiona o dirigente.[1]

A Economista Cátia Uehara (DIEESE), ao ser questionada sobre a suspeita da transação, apontou falta de transparência no lucro que o BTG irá obter. Uehara afimou que, como justificado pelo BB, a cessão de créditos podres é feita periodicamente com o objetivo de limpar os balanços, reduzir os custos e o índice de inadimplência das perdas das carteiras.

A seguir anexamos a cópia do documento obtido pelo JORNAL A VERDADE emitido pelo Banco do Brasil para justificar a operação:

Importante lembrar que bancos públicos como a Caixa e Banco do Brasil, desempenham papel fundamental na economia brasileira, pois não visam o lucro, diferente de bancos privados como Itaú, Bradesco, BTG Pactual, sendo fomentadores de políticas públicas e redutores de desigualdade social, tendo sido importantes aliados da construção de moradias populares (2,6 milhões de moradias entregues pelo Programa Minha Casa Minha Vida) e do crédito para agricultura familiar (70% do crédito do volume de créditos concedidos para a agricultura familiar).

Bancos públicos são essenciais porque há atividades e setores econômicos que os bancos privados não têm interesse em participar. Bancos públicos são necessários para viabilizar políticas econômicas e sociais de governos e para financiar setores e segmentos específicos. Essas instituições públicas são imprescindíveis para o desenvolvimento do país e para aumentar o bem-estar social.

Assim, fica evidente que o governo fascista de Bolsonaro não possui nenhum compromisso com os interesses do povo brasileiro, permitindo que a burguesia, representada pelo Banqueiro Paulo Guedes, faça o que quer com o país e sua economia, independente dos prejuízos enormes que irá gerar para os milhões de trabalhadores, dando prosseguimento a cartilha liberal da economia iniciada por FHC de redução máxima do Estado de Bem Estar Social sem se importar com os indicadores sociais, desigualdade social, desemprego em massa, déficit habitacional e carestia da vida, entre outros direitos fundamentais.

A defesa dos bancos públicos e da estatização do sistema financeiro para que não apenas o trabalho seja socializado mas também a riqueza produzida pelos trabalhadores seja compartilhada entre os trabalhadores e investida em moradia, saúde, educação, esporte, cultura, lazer e nos demais interesses do povo cabe ao povo brasileiro nas ruas, organizando a resistência e lutando por uma sociedade socialista, onde tudo não seja transformado em mercadoria e um banco privado não lucre em um único dia 2,7 Bilhões de dinheiro público sem prestar contas ao povo.

[1] https://spbancarios.com.br/07/2020/bb-cede-carteira-de-credito-ao-btg-em-meio-nova-ameaca-de-privatizacao

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1 COMENTÁRIO

  1. Então foi um excelente negócio!!! Eram “títulos podres”? A transação está dentro da legalidade? Haaa, é isso que vão averiguar!!! Certo.. Estão preocupados com os “acionistas”? Ou com um banco que não faz parte do “cartel” atual de banqueiros? Vamos ver no que o BTG vai colocar no mercado financeiros em ralação a linhas de crédito né? Pois com um lucro assim mostra ter condições de trazer mudanças no mercado financeiro. Vamos ver se há irregularidades, ou se vão “inventar algumas”!

  2. Esse roubo praticado pelo grupo de elementos da quadrilha do Bolsonaro já deveria ter o reponsável preso. Se o Banco estatal tivesse perdoado dos devedores 80% da dívida de cada devedor, com certeza receberia muito mais do que os ladrões dos dois bancos receberam. ISSO FOI UM CRIME DE LESA PÁTRIA AIIADO A UMA PERVERSIDADE CONTRA OS DEVEDORES. Para um banco dos amigos dos ladrões é possível dar lucro estratoférico e para os devedores uma continuação de um crime que lesou o povo, pois o banco estatal é do povo brasileiro. Aos bandidos o dinheiro e ao povo a morte.

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