Lucas Faustino
Movimento Correnteza
O Conselho Universitário da UFABC deliberou, no fim de junho, com 35 votos favoráveis, 2 abstenções e nenhum voto contrário, pela posse dos militantes do Movimento Correnteza como Representantes Discentes eleitos no pleito que ocorreu nos dias 3 e 4 de março de 2020.
Através da luta e da mobilização estudantil para barrar o golpe dos setores direitistas da universidade que reivindicavam novas eleições, os estudantes eleitos passaram a se articular com os professores, técnicos administrativos e pós-graduandos, por meio de reuniões onlines, a fim de explicar o golpe que se desenhava. Após as conversas com os conselheiros, o Conselho Universitário reconheceu o resultado das eleições.
O Conselho Universitário e o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, ambos órgãos deliberativos da UFABC, cumprem um papel destacado naquilo que tange as políticas defendidas e adotadas pela universidade. A participação dos estudantes nesses espaços se justifica na importância de se defender políticas que sejam as melhores para a categoria, como por exemplo, políticas de cotas, de permanência estudantil, criação de novos cursos e outros.
É inegável a significativa importância que os conselhos e os estudantes possuem ao ampliarem a democracia e assegurar a participação e o controle social sobre o rumo da universidade.
Direita na UFABC fracassa em mais uma tentativa de golpe
Insatisfeita com o resultado das eleições na Representação Discente para os Conselhos Superiores, a direita da UFABC perpetrou mais uma tentativa de golpe contra os conselheiros, não reconhecendo a vontade da maioria e pedindo que as eleições fossem refeitas.
Essa não é a primeira vez que os setores reacionários da UFABC buscam efetuar um golpe contra a democracia da instituição.
Em 2018, a democracia da UFABC foi ferrenhamente atacada pelo Governo Temer ao postergar a nomeação do Professor Dácio Roberto como reitor indicado pela Comunidade Acadêmica para assumir o posto de Reitor da Universidade. Na ocasião, era negociado às portas fechadas no Ministério da Educação a nomeação de outro reitor, uma articulação que envolvia os mesmos setores da universidade que não queriam reconhecer as eleições discentes.
Em ambas as tentativas, a articulação golpista falhou e assim a democracia na UFABC prevaleceu, reconhecendo a liberdade de expressão, o respeito ao direito de escolha dos estudantes e a favor dos princípios da autonomia universitária, fruto da luta estudantil e da unidade dos setores mais progressistas da universidade.
Por fim, os militantes do Movimento Correnteza reafirmam seu compromisso em resistir ao projeto do grande capital que deseja destruir e privatizar a educação pública brasileira, apresentado pelo governo Bolsonaro e o Ministério da Educação, e a organizar a luta pela assistência estudantil, com permanência para os mais pobres e o direito ao ensino público e de qualidade.