Movimento de Mulheres Olga Benario
Jornal A Verdade
BRASIL – Em comemoração ao dia 25 de julho, Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, ocorreu a 1ª Plenária Nacional do Movimento de Mulheres Olga Benario em plataforma virtual, com a participação de cerca de 300 mulheres de 18 estados. Mulheres trabalhadoras, negras, jovens, mães, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, mulheres de terreiro e LBTT, fazendo desta uma plenária bastante diversa e extremamente emocionante.
No início da atividade foi exibido um vídeo que resgatou os nove anos de construção do Movimento. Em seguida, Indira Xavier, da Coordenação Nacional, abriu a plenária afirmando que “num momento de tanta dor e sofrimento para milhares de mulheres, diante da pandemia do coronavírus, o Movimento de Mulheres Olga Benario sempre esteve ao lado daquelas que mais são exploradas e oprimidas pelo sistema capitalista; realizou a primeira ocupação de mulheres pelo fim da violência machista na América Latina, tendo atualmente três casas de referência para mulheres vítimas de violência: a Casa Tina Martins, em BH; a Casa Mulheres Mirabal, em Porto Alegre, e a Casa Helenira Preta, em Mauá, todas fundamentais para salvar a vida de mulheres diante da opressão patriarcal a qual nós ainda estamos submetidas”. Durante a pandemia, o Movimento realizou a campanha nacional das diaristas, ofereceu apoio psicológico online, promoveu dois cursos nacionais de formação política e diversas reuniões de sua direção nacional.
A plenária também fortaleceu os laços internacionalistas, com a participação de vários movimentos de mulheres da América Latina e do Caribe: do Equador, Maria Fernanda Chalá – Mujeres por el Cambio; da República Dominicana, Yasiris Madera – Movimiento de Mujeres Trabajadoras (MMT); do Uruguai, Valéria Sanchéz – Movimiento de Mujeres en Lucha; do México, Mayra Gabriel, da Unión de la Juventud Revolucionaria (UJRM); do Peru, Milagros del Pilar – Movimiento de Mujeres por la Liberación Social (MMLS); e da Colômbia, Ana Cristina Bermúdez – Organización de Mujeres del Pueblo de Colômbia.
As atividades culturais ocorreram com declamações de poesias em homenagem a mulheres que foram torturadas e assassinadas pela Ditadura Militar. Outro momento bastante emocionante foi a apresentação de Camila Roque, militante do Olga em Pernambuco, que cantou Mercedes Sosa. Além disso, a participação de Samara Martins, vice-presidenta da Unidade Popular (UP) reafirmou o quanto o Movimento Olga Benario é necessário para mudar a política brasileira.
“Somos um partido onde a maioria de nossas pré-candidaturas é de mulheres, não precisamos de quota. Isso representa a força da mulher trabalhadora do Brasil, que é a maioria. Nessas eleições, temos mais de 30 militantes do Olga que são pré-candidatas. Com a força das mulheres, vamos derrotar este governo fascista de Bolsonaro”, finalizou. Logo após essa fala, a companheira Vitória Ohara, do Olga da Paraíba, também se apresentou cantado uma canção de Geraldo Azevedo.
Entre os objetivos da plenária estavam a discussão sobre o papel do Movimento Olga Benario na construção do 3º Encontro de Mulheres da América Latina e Caribe, que ocorrerá em 2021 no Brasil. Desta forma, foram debatidas a importância de formar o comitê nacional e os comitês estaduais e locais preparatórios ao encontro.
Ainda marcaram presença na plenária importantes companheiras de luta: as deputadas federais Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Natália Bonavides (PT-RN) e a deputada estadual Luciana Genro (PSOL-RS). Todas se somaram na necessidade de as mulheres colocarem abaixo o governo fascista de Bolsonaro, cujo objetivo é aumentar a exploração e a opressão sobre a classe trabalhadora, as mães de famílias, idosas e jovens em nosso país.
Entre as pautas discutidas, foi destacada a necessidade de as militantes cuidarem de sua saúde psicológica, física, emocional e ideológica. Sobre as questões organizativas, a direção do Movimento lançará dois materiais para aprofundar a formação política das militantes: uma cartilha de organização e o 1º Caderno de Formação Política, com textos marxistas que analisam as condições de vida das mulheres trabalhadoras.
Para Claudiane Lopes, da Coordenação Nacional do Olga, a realização da plenária foi decisiva para iniciar, de fato, a preparação para o encontro internacional que ocorrerá no Brasil. “É uma tarefa que nos enche de orgulho, pois a luta das mulheres na América Latina e no Caribe avança a cada dia, e uma força revolucionária é fundamental para derrotar os governos capitalistas em nosso continente”.
Ao final, o clima entre as mulheres foi de muito ânimo para realizar em seus estados as novas tarefas do movimento, em ampliar e organizar as futuras lutas das mulheres brasileiras pelo Fora Bolsonaro e pelo poder popular.