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sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Movimento Luta de Classes organiza curso para a classe trabalhadora

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FORMAÇÃO – Card de divulgação do curso promovido pelo Movimento Luta de Classes em São Paulo. (Foto: Thales Caramante/Jornal A Verdade)
Pedro Lima

SÃO PAULO – O Movimento Luta de Classes (MLC) organizou um curso de formação sobre a história dos trabalhadores pelo Brasil e no mundo e sobre a importância da organização da classe. O curso, dividido em três aulas, focou principalmente nos movimentos da classe trabalhadora que reivindicavam a melhora de salários, condições dignas para trabalhar, luta por direitos humanos, igualdade de gênero e a luta pela revolução socialista.

A primeira aula, ministrada por Ricardo Senese, dirigente do Sindicato dos Metroviários, abordou a Comuna de Paris e como os trabalhadores unidos direcionaram os meios de produção e a própria organização social. Senese enfatizou como a Comuna fez isso ao tomar o poder na cidade francesa, enquanto a França estava em guerra com a então Prússia. Nessa aula, ficou clara a intenção de mostrar que a força dos setores da classe trabalhadora é crucial na revolução socialista.

A segunda aula, ministrada por Sandino Patriota, coordenador da Escola Tamuya, abordou o contexto brasileiro e, como tema principal, a Greve Geral de 1917. Patriota contextualizou, em sua apresentação, a situação dos trabalhadores no Brasil e como a questão racial se faz presente na relação entre proletariado e burguesia.

Ao longo da aula, evidenciou-se que o Brasil teve mais de três séculos de escravidão, sendo o último país da América do Sul a aboli-la. As relações de trabalho no país após a libertação dos escravos e o início da República Velha foram abusivas e sem direitos para os trabalhadores, o que acabou por deflagrar a Greve de 1917. Na época, os trabalhadores tiveram vitórias importantes em suas reivindicações, porém, apesar das pressões dos setores, não havia uma organização sindical clara, deixando muitas lutas em aberto. Por fim, a apresentação de Sandino esclareceu ainda como a burguesia capitalista brasileira encara a questão racial dentro do mercado de trabalho. Além disso, mostrou como é importante levar em consideração tal questão junto com a sindical.

APRESENTADORES – O curso contou com a presença de três apresentadores respectivamente. (Foto: Thales Caramante/Jornal A Verdade)

Já na terceira aula, ministrada por Marcelo Viola, da diretoria do Sintaema, discutiu-se o texto Sindicatos: seu passado, presente e futuro, de Karl Marx. Viola fez uma reflexão sobre o papel dos sindicatos como instituições que buscam além da melhora financeira dos trabalhadores, desprendendo-se do imediatismo das questões econômicas que o capitalismo impõe para pensar na melhoria social coletiva. Tal reflexão apontou como os sindicatos são organizações importantes para a revolução socialista. Marcelo Viola se baseou também no texto de Marx para reforçar o argumento de como é importante a organização sindical para a formação de revolucionários.

No curso, além das aulas, houve falas de diversos companheiros. Foram feitas discussões de como desenvolver nos sindicatos escolas do socialismo e pensar novas maneiras de trabalhar com as bases que não se sentem contempladas pelas lutas sindicais atuais, buscando formas de união entre os trabalhadores e sociedade.

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