Movimento Olga Benario é apresentado para as ingressantes da UFABC

369
MOVIMENTO – Mesmo durante a pandemia, Movimento de Mulheres continua se organizando em defesa da vida das trabalhadoras. (Foto: Jady Oliveira/Jornal A Verdade)
Julia Tavares e Laura Santana

SANTO ANDRÉ (SP) – Na terça-feira (08) o núcleo do Movimento de Mulheres Olga Benario, organizado na Universidade Federal do ABC, realizou uma atividade dentro da Semana de Integração Universitária (SIU) com as alunas ingressantes do ano de 2020.

A SIU é o momento em que diversas entidades universitárias fazem o primeiro contato com os novos alunos que estejam dispostos a se engajar em alguma atividade extracurricular ou, até mesmo, apresentar e ambientar os ingressantes ao espaço universitário. Nessa versão online, respeitando as regras de segurança, a atividade proposta pelo Movimento Olga Benario atraiu diversas mulheres interessadas em discutir as pautas feministas e as reuniu com companheiras antigas do Movimento, levantando um debate cada vez mais necessário sobre qual é o tipo de feminismo que interessa às mulheres.

Nesse encontro foi apresentado desde a origem do nosso Movimento e suas bandeiras principais, o feminismo classista, a Casa Helenira Preta em Mauá, as lutas práticas que são travadas dia a dia dentro e fora da Universidade e uma avaliação da atual conjuntura política, fomentando espaço para debate e troca de conhecimento acerca da questão das mulheres no âmbito universitário e seu papel na luta pela emancipação humana.

Tendo em vista o contexto que vivenciamos, em que o acirramento da luta de classes está cada vez mais posto diante de nós, entendemos que mais do que nunca o feminismo precisa ser classista, e a interpretação da realidade precisa ser objetiva e prática, guiada pela pela ótica do materialismo histórico.

Dentro da Universidade não é diferente, as estudantes lutam diariamente por permanência, por auxílio creche, respeito e reconhecimento dentro dentro da Academia, contra a violência e por um ambiente seguro, acolhedor e inclusivo. É por essas e outras que o Olga sobrevive e cresce cada vez mais: entender a origem da opressão e a estrutura de classes é imprescindível para agir por mudanças reais no caminho para a emancipação.

Embora o evento tenha ocorrido na modalidade online, para a segurança de todas, a atividade conseguiu gerar grande troca de conhecimento entre as que já compunham o núcleo do Olga na UFABC e as ingressantes, estas que vieram a se somar na construção do Movimento e caminham juntas na formação e elevação de consciência do coletivo, em prol das causas das mulheres estudantes, mães e trabalhadoras.