Isabella Alho
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SÃO PAULO – A cada 10 anos ocorre a revisão do Plano Diretor Estratégico de São Paulo, lei municipal que determina o conjunto de regras do ordenamento e desenvolvimento da cidade de São Paulo. A próxima revisão deve ocorrer em 2021, isso significa que a próxima gestão será a responsável por aprovar o novo conjunto de regras do ordenamento urbano.
Acontece que, às vésperas da eleição, metade das doações de pessoas físicas a Bruno Covas (PSDB) estão conectadas com nomes de construtoras, incorporadoras e do mercado imobiliário. Covas já acumula R$13 milhões para sua campanha.
Os 10 maiores doadores de Bruno Covas:
- Jorge Mitre (Mitre Realty) – R$ 230 mil
- José Ricardo Rezek (Grupo Rezek) – R$ 200 mil
- José Roberto Lamacchia (Crefisa) – R$ 200 mil
- Rubens Ometto (Cosan) – R$ 200 mil
- Ernesto Zarzur (Eztec) – R$ 175 mil
- Elie Horn (Cyrela) – R$ 100 mil
- David Joseph Safra (Banco Safra) – R$ 75 mil
- André Kissajikian (AK Realty) – R$ 50 mil
- Antonio Setin (Setin) – R$ 50 mil
- Marcello Gambardella Arduin (Inloop) – R$ 50 mil
Fonte: FSP, 2020
Há tempos que o governo tucano tem feito da cidade de São Paulo um balcão de negócios com o setor privado. Doações de terras públicas para grandes incorporadoras, investimentos nos centros já privilegiados (à exemplo dos R$100 milhões gastos no Anhangabaú), pediu aumento de limite de gastos com o pagamento de juros e amortização da dívida pública municipal, favoreceu a implementação das parcerias público privadas para construção de habitação, entre outras medidas.
Bruno Covas não construiu uma moradia sequer para a população em déficit habitacional, pelo contrário, aplicou sistematicamente uma política criminosa de remoções em plena pandemia. As consequência dessa política voltada para os bancos e incorporadoras não poderia ser outra senão o aumento da miséria e desemprego da população mais vulnerável.
Dia 15, portanto, é preciso combater programas como o do Bruno Covas, escolhendo candidaturas comprometidas com o enfrentamento da falta de moradia e carestia, com a reforma urbana e com os movimentos sociais. É urgente selecionar pessoas para ocupar a prefeitura e a Câmara Municipal paulistana, importantes espaços de deliberação, que estejam ao lado dos trabalhadores e trabalhadores de São Paulo.