UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sábado, 20 de abril de 2024

Relato sobre os dias de campanha da UP em São Paulo

Por Miguel Fegadolli

Zona Leste de São Paulo – Com muita animação, os militantes da Unidade Popular deram início às atividades voltadas às eleições municipais e a continuação da campanha pelo poder popular e as denúncias contra o alto custo de vida agravado na pandemia, apresentando a candidatura de Lígia Mendes para vereança da cidade.

Lígia, servidora da saúde, nascida e crescida em Guaianases, desde jovem se engajou e participou ativamente das lutas de seu bairro e atuou com movimentos sociais, sendo uma grande referência para muitos moradores da região.

No dia 27 de setembro, iniciou-se a campanha, no bairro Jardim São Vicente, no distrito do Lajeado, próximo a Guaianases (nome advindo dos povos indígenas que ocupavam o território).

Acordando entre 05h manhã, com as ruas do bairro relativamente vazias, em contraste com a Av. Radial Leste, turbulenta, se estendendo do Brás até todo o Eixo Leste, uma das atividades realizadas foi a panfletagem e conversas na estação de trem José Bonifácio, onde se dirigem inúmeros trabalhadores, vindos dos bairros a pé ou de ônibus, a caminho do trabalho.

Todas as tardes abrimos nosso comitê de campanha, onde nos reunimos com os moradores da comunidade para discutir a política e os problemas da região, e recebemos os interessados em conhecerem as propostas da Unidade Popular.

Ao longo dos primeiros dias, fomos para diversos bairros do Itaim Paulista, São Miguel, Itaquera, Guaianases, Cidade Tiradentes e São Matheus, realizando o trabalho de conversas no porta-porta nas casas, nas feiras, nos centrinhos comerciais, nas favelas, dialogando sobre as dificuldades de enfrentar os altos preços nos mercados, o engarrafamento das ruas, as enchentes que levam embora os bens dos moradores de regiões vulneráveis, e, entre outras pautas, a limitação do sistema político atual.

Na inauguração do comitê da candidatura e em outros dias também, vieram pessoas de diversas partes da cidade para fazermos passeatas com denúncias políticas e apresentações no carro de som pelo Lajeado, passando também outros dias por bairros de Itaquera, chamando a atenção de moradores que saíam para pegar os jornais e expressar suas opiniões. É possível notar a desesperança de alguns, considerando as demagogias dos políticos que só aparecem em tempos de eleição, pedindo votos para preservar seus privilégios, no entanto, há uma grande indignação e vontade de mudança, com o entusiasmo dos que passam a conhecer a UP mais profundamente enquanto alternativa popular e ferramenta de luta.

Em sequência, organizamos cinedebates com a juventude da região, brigadas do Jornal A Verdade nas ruas, e fomos para diversas unidades de saúde, falar com os funcionários públicos e usuários do SUS, nas UBS´s, UVIS´s, SAE´s, Hospitais, entre outras unidades localizadas nos bairros periféricos, com os trabalhadores de máscara apressados para assinarem o ponto, em grande parte indignados com o desmonte da saúde, as terceirizações e o projeto de destruição dos direitos sociais e serviços públicos.

Em nossas atividades de rua, o cenário da periferia de São Paulo chama a atenção por conta da disposição das moradias precarizadas com a aglomeração de casas ao fundo, no enquadramento dos bairros e favelas e instituições públicas sucateadas, fruto da falta de investimento em políticas a serviço do povo.

As políticas de Bolsonaro, Dória e Covas, de ataque às instituições públicas que fornecem serviços essenciais à população, de descaso com as mulheres que sofrem violência doméstica, do despejo de moradores de ocupação em plena pandemia e do genocídio do povo negro nas favelas, enquanto os bilionários obtêm lucros exorbitantes, requerem uma resposta de mobilização e luta, na construção de um outro projeto de sociedade.

A Unidade Popular surge dos movimentos sociais para mobilizar a revolta, a força e a esperança dos trabalhadores, dos moradores das regiões mais afastadas e desamparadas, das mulheres, da juventude que ocupa os postos de trabalhos mais precários, dos vendedores que arriscam a vida nos semáforos perigosos, e daqueles que se indignam com as injustiças desse sistema.

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