“O IGP-M acumulado de novembro é quase 25%. Os aluguéis aumentarão drasticamente no reajuste anual para 2021. Tudo isso juntamente com o corte absoluto das políticas habitacionais do Minha Casa Minha Vida.”
Isabella Alho
SÃO PAULO – O Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M) é o índice oficial usado pelo Conselho Monetário Nacional para estabelecer o sistema de meta de inflação. Calculado por uma instituição privada, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), é um fator mais utilizado para a correção do preço do aluguel nos contratos.
O que isso significa? A inflação nada mais é do que o aumento generalizado dos preços das coisas que precisamos para sobreviver. Alimentos, gasolina, mensalidades, aluguel, etc. O IGP-M é uma ferramenta para calcular quanto aumentará esses preços, ou seja, o aumento do IGP-M significa um aumento nos preços das coisas num geral. O preço do aluguel está altamente atrelado ao IGP-M por ser comumente usado em contratos desse tipo.
No Governo Bolsonaro, é facilmente possível perceber esse aumento generalizado dos preços. O IGMP-M só tem aumentado em seu mandato. Não houve nenhuma medida de controle desse aumento generalizado, o que beneficia apenas as grandes indústrias, bancos, grandes proprietários de terrenos urbanos e todos os financiadores da campanha de Bolsonaro.
2020
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MÊS
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Mensal %
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Acumulado nos últimos |
Acumulado no ano %
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Janeiro
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0,48
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7,8223
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0,4800
|
Fevereiro
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-0,04
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6,8389
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0,4398
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Março
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1,24
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6,8178
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1,6853
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Abril
|
0,80
|
6,6908
|
2,4987
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Maio
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0,28
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6,5103
|
2,7857
|
Junho
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1,56
|
7,3133
|
4,3892
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Julho
|
2,23
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9,2693
|
6,7171
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Agosto
|
2,74
|
13,0205
|
9,6411
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Setembro
|
4,34
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17,9374
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14,3995
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Outubro
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3,23
|
20,9245
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18,0947
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Novembro
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3,28
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24,5173
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21,9682
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O IGP-M acumulado de novembro é quase 25%. Os aluguéis aumentarão drasticamente no reajuste anual para 2021. Tudo isso juntamente com o corte absoluto das políticas habitacionais do Minha Casa Minha Vida, a substituição de programas de habitação por parcerias público-privadas, alta financeirização do espaço urbano, concessão de terras públicas à grandes empreiteiras e diversas outras medidas que acarretarão numa produção imensa de sem-tetos e aumento déficit habitacional no país.
Além da conta salgada dos aluguéis, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), suspendeu a bandeira verde, estabelecida em maio de 2020 por conta da pandemia, para as contas de luz. Agora, as contas de luz de todo o país estarão na bandeira vermelha, a mais cara por conter taxas extras. A ENEL, no Estado de São Paulo, também revogou a suspensão de tarifas sociais para as famílias de baixa renda e agora poderá cortar a energia de quem está inadimplente. O mesmo vale para a Sabesp, empresa de saneamento do Estado de São Paulo, que também poderá cortar o abastecimento de água dos inadimplentes. Políticas comuns em diversos outros estados do País.
O que está em curso é um projeto de assassinato do povo trabalhador. Afinal, como sobreviver em 2021 sem moradia, luz e água em meio a uma pandemia? Um verdadeiro massacre projetado por um governo de ricos, milicianos e incompetentes. Por isso deve estar na ordem do dia a substituição da produção capitalista das cidades pelo poder popular e a construção de cidades mais justas e menos desiguais.