Protestos populares paralisam Vale em Brumadinho

97

Moradores de Brumadinho (MG) se organizaram e realizaram atos em diversos pontos de acesso à cidade nesta sexta-feira (22/01). A entrada principal da cidade está fechada desde as 05h no acesso pela MG-040. Além disso, os moradores também fizeram bloqueios nas comunidades do Tejuco, principal localidade mineradora, e no bairro Processo, próximo ao acesso ao museu Inhotim. Até as atividades da mineradora assassina Vale foram paralisadas.

Os atos acontecem depois de o acórdão entre Vale e Governo do Estado, negociado sem a participação dos atingidos pelo crime do rompimento da barragem, não ter sido fechado em uma audiência puxada de última hora. A Vale não se comprometeu a garantir o pagamento emergencial para o mês de fevereiro, deixando, assim, milhares de pessoas atingidas sem nenhuma fonte de renda.

E mais, desde o rompimento, a mineradora não tem cumprido com a reparação, desrespeitando os próprios acordos firmados com a Justiça: não há fornecimento de água potável às comunidades atingidas e, principalmente, não há pagamentos das indenizações individuais.

Não bastasse toda a insegurança em relação às questões emergenciais, os atingidos foram surpreendidos com um pedido da Consultoria Ernest Young, ligada à Vale, para ter acesso a dados sigilosos dos atingidos, coletados por suas assessorias técnicas independentes. E não acaba aí: um dia antes da audiência, onde tudo indicava que se selaria o acórdão entre Vale e EMG, todos os processos que envolvem a reparação foram retirados da primeira instância e levados ao Tribunal de Justiça numa manobra jurídica arquitetada para dar maior segurança à Vale e atender aos seus interesses.

Por todos esses aspectos, denunciamos que somos contra um acordo feito sem a participação dos atingidos pelo crime da mineradora.

Redação MG