O evento foi marcado pelo debate sobre a realidade da educação e das universidades diante dos ataques do governo Bolsonaro e do agravamento da pandemia, além da eleição da nova coordenação nacional do movimento.
Da Redação
JUVENTUDE – Neste domingo (28), o Movimento Correnteza realizou o Seminário Universidade Brasileira, um encontro nacional de forma virtual que reuniu mais de 200 lideranças estudantis e contou com representação de 18 estados brasileiros. O evento foi marcado pelo debate sobre a realidade da educação e das universidades diante dos ataques do governo Bolsonaro e do agravamento da pandemia, além da eleição da nova coordenação nacional do movimento.
A mesa de abertura debateu os desafios da educação no governo Bolsonaro. Mediada pelos estudantes Sarah Domingues (UFRGS) e Matheus Henriques (UFCG), diretores da UNE (Oposição de Esquerda), a mesa contou ainda com a exposição de Luiz Araújo, do Sindicato Nacional das Instituições de Ensino Superior (ANDES), Priscila Voigt, do Diretório Nacional da Unidade Popular (UP), e Daniel Cara, cientista político, membro da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e representante no Conselho Universitário da UNIFESP.
Os convidados pontuaram as principais lutas a serem travadas, como a necessária revogação da Emenda Constitucional nº 95 (que congela os investimentos em educação e saúde por 20 anos) e o plano nacional de vacinação, medidas essenciais para garantir o retorno seguro às aulas e o investimento necessário na educação. Segundo Daniel, “as pessoas não entendem que a única quarentena que deu certo foi a da educação […] se a educação não tivesse feito quarentena, o cenário da pandemia estaria completamente descontrolado”.
As lideranças estudantis presentes defenderam a necessidade do retorno do auxílio emergencial e o fortalecimento da assistência estudantil nas universidades para assegurar a condição de vida dos estudantes e combater a evasão advinda da pandemia. Além disso, o encontro se solidarizou com Raphael Almeida e Giovanna Almeida, estudantes da UFRJ e militantes do Movimento Correnteza, que estão sendo criminalizados e processados pelos Supermercados Mundial no Rio de Janeiro por participarem de um protesto contra a fome.
Nova onda de lutas
Na parte da tarde, os estudantes se dividiram em grupos de trabalho para pensar propostas e lutas relativas às universidades privadas, política de permanência, orçamento da educação, combate ao machismo, racismo e LGBTfobia, além de elaborar sobre a comunicação do movimento e sua presença nas Executivas Nacionais de curso.
Por fim, o seminário aprovou a nova composição da Coordenação Nacional do Movimento Correnteza, composta por 16 combativas lideranças estudantis de todas as regiões do país. Além disso, fruto do crescimento do movimento nas universidades e da sua rebeldia na defesa da educação pública, os representantes do Correnteza na UNE apresentaram o informe do crescimento da presença do movimento na Executiva Nacional da entidade máxima dos estudantes universitários do Brasil. A partir de agora, a companheira Isis Mustafa, da UFABC, será diretora de Relações Internacionais da UNE.
Para Gabryel Henrici, secretário-geral da UNE e coordenador do Correnteza, a realização do Seminário Universidade Brasileira fortalece a mobilização da juventude, mesmo durante a pandemia. “Nosso foco agora é crescer a luta pela vacinação imediata da população, por mais verbas na educação, permanência estudantil nas universidades e pelo Fora Bolsonaro”, disse.