Por Nicole Marques
Rio de Janeiro
EDUCAÇÃO – Mesmo com os números da pandemia em alta, a Secretaria Estadual da Educação do Rio de Janeiro iniciou o ano letivo 2021 no último dia dia 8 fevereiro. Milhares de estudantes voltaram às aulas presenciais, foram orientados pela equipe diretiva e técnico-pedagógica, receberam um plano de estudos (“Presencial e Remoto. Formas de ensinar e aprender em tempos de pandemia”) e foram informados do “Applique-se”, um novo aplicativo que estava ainda em desenvolvimento pela secretaria.
A promessa do Governo do Estado era que os estudantes teriam acesso a um conjunto de variados recursos educacionais (Google, Classroom, Videoaulas, Podcasts, Orientações de Estudo e Material Escrito), tudo isso de forma gratuita em smartphones e tablets.
Entretanto, no dia 1º de março nos deparamos com uma grande farsa. Nada do que nos foi falado e prometido foi cumprido.
Pra começar, o “Applique-se” não funciona sem conexão de internet. Na verdade, o que a Secretaria de Educação fez foi uma parceria com as grandes redes de telefonia (Oi, Vivo, Tim e Claro), na qual o estudante, ao usar os dados móveis de internet dessas operadoras, não teriam seus dados consumidos. Ou seja, o que deveria ser pensado para o estudante e para o ensino público se tornar alcançável neste momento de pandemia, converteu-se em mais uma forma das grandes empresas se promoverem através das desigualdades.
Que famílias têm hoje condições financeiras de assinar pacotes de internet? Dessa forma, a proposta de retorno às aulas presenciais da SEEDUC é, na verdade, mais uma porta que se fecha para milhares de estudantes: a porta da educação, que é nossa por direito.