Lucas Nascimento
PARANÁ – A Vivo, uma das maiores empresas de telecomunicações do Brasil, irá demitir, até o dia 30 de Abril de 2021, 600 funcionários na cidade de Maringá, Estado do Paraná. Em plena pandemia a empresa, sem qualquer consulta aos funcionários, decidiu fechar sua sede na cidade, que funcionava em um prédio da Prefeitura, e mudar-se para a capital Curitiba.
A espanhola Telefónica, um dos maiores conglomerados de telecomunicação do mundo e que é dono da Vivo, registrou em 2020 um lucro líquido de aproximadamente R$10,38 bilhões, alta de 28,5% em relação à 2019; somente no Brasil, através de sua subsidiária no país, a Telefônica Brasil, o grupo lucrou R$3,478 bilhões em 2020. Apesar dos altos lucros e de ter no Brasil um dos seus mercados mais rentáveis, a empresa decidiu demitir os trabalhadores.
Durante a pandemia a Vivo realizou ações de filantropia e chegou a assinar, junto a outras grandes empresas, um manifesto chamado “Não demita!”, em que defendia que as empresas não demitissem seus trabalhadores como forma de ajudar no combate à crise causada pela Covid-19. No entanto a empresa mostrou que se tratava apenas de ações de marketing e não de uma preocupação genuína, já que decidiu demitir seus trabalhadores quando a sede de lucros falou mais alto.
Dessa maneira, ao invés de ajudar a combater a crise, a empresa faz crescer o já alto número de desempregados no país, mesmo não tendo seus lucros reduzidos pela pandemia. Diferente de pequenas e médias empresas, que em muitos casos não estão encontrando condições para manter os funcionários, a Vivo faz parte das gigantes que têm lucrado muito durante a pandemia, mas mesmo assim a usa como desculpa para demitir os trabalhadores.
Segundo um trabalhador da empresa, que não quis se identificar, mas falou ao Jornal A Verdade: “Não sabemos exatamente qual será a situação da pandemia em Abril, quando seremos demitidos, por isso precisamos lutar para defender nossos empregos e para sobreviver a essa grave crise sanitária e econômica. É importante lembrar que o desemprego já era altíssimo antes da chegada da Covid-19 ao Brasil e, justamente por ser o responsável por essa situação, o Governo precisa agir e garantir um auxílio emergencial de pelo menos um salário mínimo para os desempregados; isso não é um favor, mas sim um dever em um país tão rico como o Brasil”.