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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Os exemplos do imperialismo no filme “Zona Verde”

Filme: Zona verde

A Zona Verde retratada no filme fala sobre uma área protegida pelos soldados americanos onde vivem os ricos locais. No Afeganistão, o controle permanece mesmo após o líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, ter sido morto pela própria CIA em 2011.

Em meados de abril deste ano, o Governo Norte-Americano anunciou que as suas tropas finalmente irão desocupar o território do Afeganistão, nesse que é o conflito armado e a ocupação bélica de maior tempo da história do exército americano. A guerra do Vietnam, fazendo uma comparação, durou 16 anos, sendo um dos conflitos mais controversos e desumanos até os nossos dias. O novo presidente Joe Biden anunciou que as tropas americanas vão deixar o Afeganistão até o dia 11 de setembro, data em que se completam 20 anos dos atentados as Torres Gêmeas do World Trade Center, que deixou um saldo de 2996 mortos.

Porém, se por um lado há esse simbolismo em relação ao ocorrido em 2001, nada se falou sobre os soldados das chamadas Forças Especiais, a grande maioria ligada diretamente à Agência Americana de Inteligência (a CIA), especialista, sobretudo, em promover golpes militares e ocupações territoriais desde o final dos anos 40, quando foi criada.

Como era de se esperar, Biden não foi muito longe de seu antecessor na questão bélica e pretende manter intacta a política beligerante que vimos com Donald Trump, com George W. Bush e mesmo também com Barack Obama. O pretexto para ocupar o Afeganistão de Bin Laden em 2011 e a busca pelas supostas armas de Saddam Hussein no Iraque de 2003 a 2011, assim como todos os golpes militares promovidos na América Latina nas décadas de 50, 60 e 70, deixa escancarado que a política imperialista e belicista americana é a pedra de toque do maior país capitalista do mundo. E não vai parar mesmo que tenha havido a troca de um presidente fascista por um mais ‘moderado’.

Toda essa movimentação simbólica promovida pelo governo de Biden nos lembra do filme “Zona Verde”, de 2010, dirigido por Paul Greengrass e com Matt Damon (ambos, aliás, trabalharam na trilogia de Jason Bourne, outro filme que faz uma dura crítica aos métodos americanos de espionagem). O filme é baseado no livro “A Vida Imperial na Cidade Esmeralda” do jornalista Rajiv Chandrasekaran, que denuncia como o governo de Bush mentiu, comprou a imprensa mundial e usou todos os mecanismos para forjar a invasão no Iraque em 2003, criando o mito de que era preciso defender os EUA do terrorismo. Na contramão do discurso mentiroso do presidente, houve o controle econômico da região por meio do petróleo.

A Zona Verde retratada no filme fala sobre uma área protegida pelos soldados americanos onde vivem os ricos locais. No Afeganistão, o controle permanece mesmo após o líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, ter sido morto pela própria CIA em 2011. Ou seja, a preocupação exagerada dos sucessivos governos norte-americanos com o controle de armas (dos outros) é mesmo gigante. Tão gigante que o fato de hoje os EUA terem mais arma de fogo (400 milhões) do que habitantes (330 milhões) e que só em 2019 terem ocorridos (segundo a ONG americana ‘Gun Violence Archive’) mais de 250 tiroteios em massa alerta que alguém não está fazendo o seu dever de casa.

O imperialismo procura sempre justificar seus atos covardes contra o mundo. Aqui no Brasil, vemos o presidente simplesmente querer impor de toda a forma a liberação para o uso de armas, deixando com isso a milícia ainda mais livre e impune. Esse exemplo de Joe Biden em não retirar toda a tropa americana do solo afegão é só mais um alerta do que dizia Che: “no imperialismo não se podia confiar nenhum tantinho assim!”

 Clóvis Maia – Pernambuco

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