Por: Iany Morais e Lene Correia – UJR e Movimento de Mulheres Olga Benário – Caruaru – PE
Na última sexta-feira, 08 de maio, o Movimento de Mulheres Olga Benário junto a outros movimentos feministas organizaram um ato contra o aumento dos casos de feminicídio no estado de Pernambuco. Com a palavra de ordem ” BASTA DE FEMINICIDIO, JUSTIÇA POR PATRÍCIA ” o ato teve concentração no Marco Zero de Caruaru e contou com a presença da família de Patrícia Roberta, jovem mulher caruaruense de apenas 22 anos, que foi brutalmente assassinada em João Pessoa, na Paraíba. Seu algoz, foi alguém em quem ela confiava, chamava de amigo e se tornou seu assassino tirando de forma covarde e traiçoeira sua vida.
O crime que tirou a vida e os sonhos de Patrícia Roberta, infelizmente é algo comum na sociedade em que vivemos, onde muitas vezes a vítima se torna culpada. Culpada por andar na rua sozinha, culpada por sair tarde do curso, do trabalho ou da Universidade e precisar ir ao ponto de ônibus, ou usar um short, uma blusa na rua ou até mesmo dentro da própria casa. E mesmo com todos esses dados e fatos concretos, ainda assim, a cultura de violência contra as mulheres, em especial a do feminicídio, crime em que a mulher é morta por ser mulher, é banalizado. Seu corpo e sua vida fazem parte da cadeia de propriedades comum a esta sociedade capitalista que se fundamenta pela existência da propriedade privada dos meios de produção. Estes inúmeros casos de violências contra as mulheres, partem de amigos, companheiros, ex-companheiros, enfim, de pessoas próximas às vitimas.
Com muita emoção e com palavras de ordem como “por nossas mortas nem um minuto de silêncio, mas toda uma vida de luta”, foi destacada a importância de políticas públicas que possam não apenas proteger, mas prevenir as tantas mortes que ocorrem todos os dias e que tiram a vida de mães, irmãs e filhas, mulheres que não podem ser apenas números. Em cada fala foi destacado o papel do sistema capitalista que através da cultura do patriarcado que tanto oprime e objetifica as mulheres, além disso, foi reafirmado que a culpa nunca é da vítima. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2019), a cada 2 horas uma mulher é vítima do feminicídio, a cada 8 minutos uma mulher é vítima de estupro, a cada 2 minutos, uma mulher é vítima de violência física, revelando de fato, como vivemos em um país misógino e machista.
Aos gritos de “Patrícia Roberta presente!” o ato foi encerrado com uma panfletagem como forma de conscientização para a população e também de solidariedade à todas vítimas e famílias das vítimas de feminicídio. Reafirmamos que o fim da violência contra as mulheres, está diretamente ligado ao fim do sistema capitalista, um sistema caduco e ineficiente, que oprime, tortura e mata a todo momento. Portanto é cada vez mais necessário que as mulheres se conscientizem que há sim a possibilidade de todas serem livres e donas de suas próprias vidas, para isso é preciso, hoje mais que nunca, a construção de uma nova sociedade, com direitos e deveres iguais, onde as relações não se definam por gênero e sim pelo princípio de que todo ser humano tem direito à vida e a ser desenvolver plenamente e serem felizes, a sociedade socialista.
Basta de Feminicídio!
Nenhuma a Menos!
#JustiçaPorPatricia