O protesto foi convocado pelo DCE Mário Prata, APG, ADUFRJ, SINTUFRJ e pela Associação dos Trabalhadores Terceirizados da UFRJ (ATTUFRJ), reunindo ao menos três mil pessoas no centro do Rio de Janeiro. O movimento segue mobilizado e já tem programados novos atos para os próximos dias 19 e 29 de maio, grande dia nacional de luta pelo Fora Bolsonaro.
Karol Lima | Redação Rio
JUVENTUDE – Milhares de pessoas entre estudantes, professores e servidores da UFRJ, promoveram manifestação ontem (14/05) contra cortes anunciados pelo Governo Federal no orçamento das universidades.
O protesto foi convocado pelo DCE Mário Prata, APG, ADUFRJ, SINTUFRJ e pela Associação dos Trabalhadores Terceirizados da UFRJ (ATTUFRJ), reunindo ao menos três mil pessoas no centro do Rio de Janeiro. Durante a manifestação, o DCE distribuiu máscaras PFF2 doadas por professores e colaboradores.
“O ato foi uma resposta aos ataques de Bolsonaro à universidade e uma demonstração da vontade da juventude de voltar às ruas, mesmo com os riscos da pandemia”, afirmou Antônia Veloso, diretora do DCE-UFRJ e militante do Correnteza.
Também participaram do ato representações de vários centros acadêmicos da UFRJ, DCEs de outras universidades, como UNIRIO e UFF, e a Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (FENET). As palavras de ordem que marcaram as agitações dos estudantes foram principalmente “Tira a mão da Federal!” e “Bolsonaro sai! A UFRJ fica!”.
Sem verba, UFRJ fecha em setembro
A UFRJ vem sofrendo com sucessivos cortes há pelo menos dez anos. De acordo com a Reitoria Denise Pires e o vice-Reitor Carlos Frederico Rocha, em artigo publicado no jornal O Globo, “a UFRJ fechará suas portas por incapacidade de pagamento de contas de segurança, limpeza, eletricidade e água. O governo optou pelos cortes e não pela preservação dessas instituições”. Segundo Antônia Velloso, diretora do DCE da UFRJ, “os recursos disponíveis são suficientes para manter o funcionamento da universidade apenas até setembro. É preciso seguir a mobilização”.
No Brasil, as universidades públicas são responsáveis por mais de 90% da produção científica. Atualmente, estão engajadas em pesquisas sobre o coronavírus e a vacina. “A nossa conta de luz não é só decorrente das salas de aula, […] o ensino está funcionando de forma remota, mas os laboratórios de pesquisa não pararam, os hospitais não pararam, muito pelo contrário, abriram leitos específicos para a Covid-19”, explicou a Reitora Denise Pires.
Assistência estudantil durante a pandemia ameaçada com os cortes
Além disso, a diminuição orçamentária imposta à UFRJ também coloca em risco a permanência de vários estudantes na universidade. Em 2021, houve corte do auxílio emergencial de R$ 200,00 concedido pela universidade aos estudantes pobres devido à redução de 9 milhões dessa rubrica. Os auxílios moradia, transporte e, principalmente, as vagas e a qualidade do alojamento são mínimas e não atendem à comunidade acadêmica há anos.
Durante a semana, temendo a intensa mobilização, o governo liberou uma pequena parte da verba bloqueada, mas que pouco representa, pois não chega nem ao previsto pela Lei Orçamentária. A clara tentativa de desmobilizar os estudantes nas ruas não deu certo.
O movimento segue mobilizado e já tem programados novos atos para os próximos dias 19 e 29 de maio, grande dia nacional de luta pelo Fora Bolsonaro.