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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Junho: mês do orgulho LGBT+ e da luta contra Bolsonaro

DIVERSIDADE – Derrubar o Governo Bolsonaro é defender o direito de viver de toda a classe trabalhadora (Foto: Jady Oliveira / A Verdade)

Jady Oliveira e Marcelo Pavão

SÃO PAULO – No dia 29 de maio, mais de 500 mil brasileiros ocuparam as ruas contra o genocídio e o fascismo do Governo Bolsonaro, atendendo o chamado da mobilização nacional “Povo na rua, Fora Bolsonaro!”. Trabalhadores, estudantes, torcidas organizadas e movimentos populares marcaram presença em gigantes atos, como o deflagrado na capital de São Paulo, que contou com mais de 200 mil pessoas na Av. Paulista. Dentre esses milhares de lutadores que protestam durante uma pandemia pois não aceitam viver sob o massacre que é imposto ao povo, a população LGBT+ esteve presente massivamente para expressar sua revolta. Com a chegada do mês de Junho, Mês do Orgulho LGBT+, os atos em defesa da vida se tornam ainda mais simbólicos para a comunidade, uma vez que, derrubar o Governo Bolsonaro nas ruas é a única alternativa possível para que os LGBT+ tenham o direito a uma existência digna.

Jair Bolsonaro, assim como todo o setor da direita, sempre atacou os direitos da população LGBT+, utilizando o discurso LGBTfóbico durante toda sua campanha presidencial para segregar a classe trabalhadora e gerar um pânico moral em torno do movimento LGBT. Em seu discurso de posse presidencial de nove minutos, o presidente miliciano declarou que uma das prioridades de seu governo seria “valorizar a família e combater a ideologia de gênero”, culpabilizando a população LGBT+ pela “corrupção” e “destruição” das “famílias tradicionais brasileiras”. De fato, milhões de crianças estão tendo suas infâncias ceifadas e as famílias brasileiras estão sendo desestruturadas e corrompidas; mas a causa dessa crise social e humanitária que vivemos não é fruto da luta de uma população historicamente oprimida, tampouco de uma inventada “ideologia de gênero”, a verdadeira raiz da catástrofe brasileira está na estrutura capitalista e na política do governo fascista e neoliberal de Bolsonaro, que já assassinou quase 500 mil pessoas durante a pandemia e relegou outras 125 milhões para a insegurança alimentar. O que destrói famílias é a fome, o desemprego, a violência, a falta de vacina, o sucateamento da educação pública e a retirada dos nossos direitos – tudo o que esse governo representa.

O Dia do Orgulho LGBT+ teve sua origem em uma rebelião popular

O dia 28 de junho de 1969 representa um marco na luta da população LGBT+; foi quando centenas de jovens, em sua maioria pobres, que frequentavam a casa noturna periférica Stonewall Inn, no EUA, resistiram a mais um caso de brutalidade da polícia fascista de Nova York.

A resistência, caracterizada pelo armamento bélico dos policiais contra jovens “armados” de paus e pedras, demonstrou a combatividade popular da juventude no enfrentamento à repressão policial. Ainda que com clara desvantagem bélica, esses jovens contavam com a certeza de que era necessário resistir à realidade imposta de constantes assédios morais, espancamentos e exclusão motivada por discursos ultraconservadores que, sob a égide da defesa da família, carregavam posicionamentos machistas e homofóbicos. E foi assim que resistiram por três dias seguidos ao cerco policial, saindo vitoriosos apesar das perdas sofridas.

Um ano após esse importante ato de resistência, em 1970, foi realizada a Primeira Marcha do Orgulho LGBT; esse evento histórico despontava como instrumento de luta e visibilidade, materializando as palavras de Marsha P. Johnson, drag queen e ativista pela libertação LGBT: “Enquanto meu povo não tiver seus direitos em todo o país, não temos razão para celebrar”.

De fato, diante da fascistização crescente nos países capitalistas, faz-se cada vez mais necessário fortalecer a mobilização pelo direito de viver dignamente. No Brasil, a exemplo dia 29 de maio, a população LGBT+ tem se mobilizado, junto ao conjunto da sociedade, pela derrubada do governo de generais de Jair Bolsonaro, sem a qual não é possível se alcançar o fim do sofrimento do povo, o fim da pandemia e o fim do crescimento da fome. O que nos ensina Stonewall, e motiva a resistência nas lutas do presente, é que somente a organização e mobilização populares são capazes de garantir a construção de um futuro justo e igualitário. Por isso, dia 19 de junho, data marcada para a segunda grande manifestação nacional pelo Fora Bolsonaro, será ainda maior.

LUTA – Comunidade LGBT+ participa dos atos Fora Bolsonaro em todo o país (Foto: Bruno Cemim)

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