Julia Aliano
SÃO PAULO – As crianças possuem papel importantíssimo para o progresso do nosso povo, quando os filhos nascem, os medos e as inseguranças surgem junto aos questionamentos de como será daqui pra frente, quais dificuldades iremos enfrentar e como dar o melhor futuro para essa geração sem injustiça, fome e miséria.
O espelho das crianças é dado por quem foram criados, num país onde cerca de 6 milhões de crianças não têm a presença paterna, as mulheres de luta assumem este papel. Mães, tias e avós, peço que continuem orando pelas crianças, por todas elas. Sobrevivemos em um mundo que mata diariamente pais e filhos. Se fez necessário ensinar desde cedo a realidade, sem esconder as maiores aflições, são elas que nos farão mais fortes, para os filhos crescerem com mente e coração revolucionários, com orgulho de quem nos criou, jamais escondendo as origens, do povo guerreiro que luta incansavelmente para alcançar o futuro digno com o poder popular.
À nossa mãe, sabemos de sua força, pelas longas jornadas de trabalho que nos deixa distantes e cansados, têm vezes que nem conseguimos nos ver, de quantas vezes deixou de comer para dar aos filhos, já que o seu salário se foi por completo pelo aluguel, contas e o valor dos alimentos que aumenta de forma absurda. Em contraste do fogo da luta que nunca se apagou e só tende a aumentar para crescermos no mundo que você constrói diariamente. Você nunca parou de lutar, nunca deixou ser calada, mesmo num mundo em que tentam silenciar a sua voz das formas mais cruéis durante a vida inteira.
Aos nossos filhos e aos que estão por vir, desde já, comecemos a estudar, lutemos de mãos dadas com a revolução e com o objetivo de acabar com o sistema que mata nossas mães e destrói famílias. Somos a chave para a mudança, somos a vanguarda e seremos mães e pais um dia, a luta não acaba nunca.
A realidade que vivemos é de incerteza do dia de amanhã, se haverá comida no prato e se sentaremos juntos à mesa. O medo se instala desde a infância, o sistema capitalista quer que a coragem de enfrentar o mundo não exista, querem nos ver calados e apenas servindo o Estado, sem a humanidade e os laços fundamentais da família. Sabemos que essa não é a realidade que queremos para o nosso povo, não devemos esquecer, somos a chave revolucionária para o mundo novo, somos nós, as crianças, a vanguarda, as mulheres e a nossa força.