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sábado, 23 de novembro de 2024

Doria esconde informações sobre casos de Covid nas escolas estaduais de SP

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Professores participam de manifestação contra o demonste do serviço público em agosto deste ano. Foto: Jorge Ferreira / Jornal A Verdade

Thais Gasparini


SÃO PAULO – Após um ano e meio estudando de forma remota, os alunos da Rede Estadual do Estado de São Paulo foram autorizados a retornar presencial às aulas. Desde o retorno no dia 2 de agosto, o secretário e ex-ministro da educação do governo Temer, Rossiele Soares, juntamente com Dória, aprovaram que as unidades de ensino recebessem 100% dos alunos. 

Mesmo dizendo que o governo do estado havia investido em equipamentos de segurança para o cumprimento dos protocolos sanitários, a realidade não é esta. Não há equipe de limpeza suficiente para dar conta de higienizar todas as salas em todos os períodos do dia; os professores, muitas vezes, precisam fazer vaquinhas para garantir o mínimo de segurança dentro das escolas, comprando álcool, papel higiênico, máscaras pff2. Toda essa situação e a demora em atender o calendário de vacinação, agrava o quadro de casos nas escolas.

Pior, além de mentir sobre a segurança dos alunos, professores e gestores, Dória decidiu que não divulgaria os casos confirmados e mortes por Covid nas instituições de ensino e que os registro seriam apenas de “casos prováveis” de infecção. O Simed, sistema criado para que as escolas registrassem e atualizassem o número de casos foi criado em dezembro do ano passado, mas desde maio deste ano, a pasta não torna pública as informações obtidas.

No último boletim divulgado pelo Simed, em março de 2021, indicava uma baixa incidência de casos nas escolas justamente por considerar cada aluno que não teve sequer um dia de aula presencial. Já o último relatório, em maio, registrou apenas 39 óbitos de Covid, sem identificar se foi por aluno ou professor, e sem considerar as mortes não validadas pela Secretaria da Saúde, tendo grande subnotificação. Isso só mostra o esforço de Dória em esconder o número de infectados e mortos pela doença para sustentar a volta das aulas, garantindo os interesses dos tubarões da educação.

Além disso, a falta de dados sobre o número de casos e mortes dentro das escolas, dificulta a contagem e rastreamento para censos estaduais e regionais, indo na contramão dos embasamentos científicos, que são necessários para o controle da doença. A partir desses resultados reais, poderia se definir o isolamento ou retorno seguro de professores e alunos nas escolas.

Dados do último dia 25, registrados pela APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), mostra que houve, ao menos, 106 óbitos e 2804 casos confirmados de pessoas que trabalham presencialmente em 1210 escolas do estado. 

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