A formação comunista revolucionária é o processo de formação do “novo homem e mulher soviéticos”.
Caio Sad
União da Juventude Rebelião
DISTRITO FEDERAL (DF) – A condição que o capitalismo impõe à classe trabalhadora do nosso país e do mundo, é de brutal exploração e opressão. Ao mesmo tempo, nos últimos anos vemos um processo de crescente mobilização popular. Milhões foram às ruas recentemente na Colômbia, Equador, Chile, Paraguai, Haiti, França, Espanha, Estados Unidos, etc. No nosso país, a situação não é diferente, a última década foi marcada por explosões sociais que demonstraram todo o potencial de luta do nosso povo.
Tal situação demonstra-nos que o capitalismo, em sua fase final, imperialista, é um capitalismo agonizante, que não mais consegue se sustentar, é um sistema podre, que pode e deve ser derrubado. Sobre qual caminho a seguir depois, a história já nos deu diversos exemplos como na URSS, Albânia, Cuba etc., ou seja, o futuro da humanidade está na construção do socialismo.
Também podemos extrair uma verdadeira lição de todo o potencial de luta que tem a classe trabalhadora mundial. Em nosso país, as grandes lutas que têm acontecido ainda não tomam um rumo revolucionário. Para que isso seja possível, precisamos ter uma vanguarda fortemente organizada, ligada às massas e armada de uma teoria revolucionária, o marxismo-leninismo, como bem nos ensinou Manoel Lisboa em seu artigo Vencer as Torturas é Dever de Todo Revolucionário: “O povo brasileiro, estes milhões de explorados, nunca esteve satisfeito com sua miséria. Resta-lhe apenas entender claramente quem são os responsáveis por essa miséria. É aí onde reside o imenso papel da vanguarda revolucionária. Essa vanguarda é o destacamento organizado, consciente, da classe operária. Sua missão histórica consiste em ligar-se às massas oprimidas e dirigi-las para a conquista do poder. Sem a ação da vanguarda, sem a direção de um Partido Comunista Revolucionário, a revolta do povo será sempre cega e inconsequente”.
A arma de combate do proletariado brasileiro, foi construída pela primeira vez em 1922 quando do surgimento do primeiro Partido Comunista em nosso país. Dando continuidade e resgatando a luta histórica dos comunistas do Brasil e do mundo; em 1966, foi construído o Partido Comunista Revolucionário (PCR). Precisamos, pois, formar mais rápido os homens e mulheres capazes de manejar essa arma, e dirigir as massas exploradas brasileiras rumo à vitória final com a construção do socialismo no nosso país e do comunismo no mundo.
Como, então, formar esses homens e mulheres?
A formação de um comunista revolucionário só é possível através do caminho indicado pelo comandante Che Guevara: “Estudar e lutar, lutar e estudar!”. Vejamos o que disse Lênin, genial líder da Revolução Socialista de Outubro de 1917 na Rússia:
“De que é que necessitamos para aprender o comunismo? À primeira vista, naturalmente, surge a ideia de que aprender o comunismo é assimilar a soma de conhecimentos que se expõem nos manuais e trabalhos comunistas. Mas isso seria definir de um modo demasiado grosseiro e insuficiente o estudo do comunismo. Se o estudo do comunismo consistisse unicamente em assimilar aquilo que está exposto nos trabalhos, livros e brochuras comunistas, poderíamos obter com demasiada facilidade escolásticos ou fanfarrões comunistas. Sem trabalho, sem luta, o conhecimento livresco do comunismo, adquirido em brochuras e obras comunistas, não vale absolutamente nada, porque prolongaria o antigo divórcio entre a teoria e a prática, esse antigo divórcio que consistia no mais repugnante traço da velha sociedade burguesa” – Afirma Vladimir Lênin, genial líder da Revolução Socialista de Outubro de 1917 em seu artigo Tarefas da Juventude Comunista.
Do mesmo modo, a prática deve sempre ser guiada por uma potente teoria. Concluímos, pois, que “estudar o comunismo” é uma tarefa que exige, ao mesmo tempo, conhecimento teórico e prático e que teoria e prática são duas coisas indissoluvelmente ligadas e, para um comunista, separá-las é um erro gritante.
Temos diversos camaradas que se dedicam fortemente às suas tarefas práticas, mas um número insatisfatório dos que se dedicam ao estudo das obras de Marx, Engels, Lênin, Stálin e Enver Hoxha e outros revolucionários e revolucionárias. Muitos alegam que “falta tempo” para estudar, que “tem muitas tarefas práticas” e que não conseguem dar atenção ao estudo do marxismo-leninismo. A isso, o companheiro Luiz Falcão responde: “Não é demais insistir que cada militante precisa ter além do estudo no coletivo, um plano individual de leitura […] Dizem alguns que esse método de trabalho é correto, mas que não têm tempo para colocá-lo em prática: ‘são muitas as tarefas’, argumentam. Pois bem, se não temos tempo, então, a primeira coisa a fazer, é refletir sobre o que estamos fazendo com o nosso tempo e que prioridades estamos estabelecendo em nossas vidas. Afinal, se existe algo que um revolucionário precisa ter é tempo para cumprir com suas tarefas revolucionárias”.
Vemos, portanto, que não é possível considerar-se um verdadeiro comunista revolucionário se se secundariza a tarefa do estudo da teoria marxista-leninista.
Não é raro também, encontrarmos “comunistas” que sabem de cor e salteado as obras dos teóricos do comunismo, mas que nunca empreenderam nenhuma tarefa prática de organização das lutas populares. Esse tipo também deve ser fortemente rechaçado, pois, a atuação prática, a militância diária, é uma verdadeira escola do socialismo e as massas trabalhadoras são verdadeiras professoras dessa escola.
Ser comunista, significa não encarar de maneira dogmática os ensinamentos dos autores comunistas e as lições históricas. Ser comunista significa atuar de maneira criadora, dialética e saber aplicar a teoria marxista-leninista ao trabalho cotidiano. Fazer isso sem conhecer as obras marxista-leninistas é impossível, tampouco é possível fazê-lo sem conhecer a realidade prática das lutas que as condições sociais impõem.
União de Teoria com Prática, Esportes e Cultura
A formação comunista é, então, realizada exclusivamente através das obras marxista-leninistas e da realização das tarefas práticas da militância?
O revolucionário búlgaro George Dimitrov responde negativamente a essa pergunta: “Não se pode trabalhar sem trégua e não dispor de tempo para descansar, para ir ao teatro e ao cinema. Que classe de dirigentes seríamos, se não temos a cultura necessária? Ao estudo do marxismo se deve agregar a cultura. Devem ser sadios, fortes e resistentes. Se trata do trabalho e do emprego criativo”.
Portanto, no dia a dia, deve-se sempre separar tempo para descansar o corpo e a mente, para adquirir cultura geral através da ida a shows, teatros, cinemas, exposições de arte, museus, etc., conhecer a cultura do povo e dos povos do mundo, o que já foi produzido na história e o que é produzido no presente. Isso permite um maior conhecimento do próprio povo, dos seus anseios, vontades e necessidades. E lembremo-nos sempre, a cultura é uma das armas mais poderosas usadas pela burguesia, devemos também disputar esse espaço e apresentar ao povo uma cultura verdadeiramente popular e revolucionária; “nacional em forma e socialista em conteúdo”, como determina Stálin.
Além disso, a prática de atividades físicas é fundamental e a educação do povo, em especial da juventude, perpassa por isso. “Por educação entendemos três coisas: primeiro: educação mental; segundo: educação física, tal como é dada em escolas de ginástica e pelo exercício militar. terceiro: instrução tecnológica, que transmite os princípios gerais de todos os processos de produção e, simultaneamente, inicia a criança e o jovem no uso prático e manejo dos instrumentos elementares de todos os ofícios” – Assim define Karl Marx em 1866.
Esse trecho trata da concepção do que deve consistir a educação para as crianças e jovens como um todo. Mas, é fundamental que tomemos esta lição, “educação física”, ou seja, a prática de atividades físicas regularmente deve fazer parte do cotidiano de todo militante comunista.
O capitalismo apodrece e com isso nossas tarefas crescem. Precisamos acelerar o nosso processo de formação. Só assim, poderemos fortalecer o nosso Partido Comunista Revolucionário (PCR) e consequentemente fortalecer a organização e a direção das lutas populares em nosso país. Isso exige um esforço coletivo muito grande, mas também exige um esforço individual de cada companheiro e companheira. Sobretudo, sabemos que o tempo é curto e, para dar conta de todas as tarefas, precisamos de muita organização e otimização do uso do nosso tempo.
“Não é suficiente as 24 horas do dia. Se pudesse a natureza prolongar de 24 para 48 horas, tampouco seria o bastante. Durante essas 24 horas se deve trabalhar, dormir e descansar. O único modo é organizar inteligentemente e racionalmente nosso tempo como dirigentes e como simples ativistas” – Adiciona Dimitrov. É hora de ocupar as ruas, trens, praças, escolas, universidades, fábricas, bairros populares, etc. para elevar a consciência e o grau de organização do povo. Só assim poderemos realizar uma revolução que ponha fim às mazelas do capitalismo. Para que isso seja possível, precisamos estudar e lutar, cuidar da nossa saúde física e mental, conhecer a cultura e a vida do povo. São muitas as tarefas, portanto, é hora de aumentar a organização e a otimização do nosso tempo, dedicar mais tempo à formação revolucionária.