Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) revelam que de todos os homicídios cometidos no Rio de Janeiro entre janeiro e julho deste ano, 38% foram causados por intervenções policiais.
Igor Barradas | Redação Rio
RIO DE JANEIRO – De janeiro a julho de 2021, 811 pessoas foram assassinadas por forças policiais no Estado do Rio de Janeiro. O Índice de Letalidade policial, divulgado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) junto ao Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos, da Universidade Federal Fluminense (Geni-UFF), é o maior registrado em 15 anos.
Entre janeiro de 2017 e julho deste ano, 1.058 pessoas foram mortas em ocorrências no Rio de Janeiro em chacinas com três ou mais vítimas. Entre estes assassinatos, 76% ocorreram durante ações policiais.
O alto índice de execuções, ações de guerra contra o povo e genocídio não se refletem nos inquéritos policiais militares (IPM) investigados pela Corregedoria da Polícia Militar. De janeiro a cinco de julho deste ano, apenas 43 casos foram abertos.
Em 2018, 325 policiais militares estavam sendo investigados. Em 2021, este número caiu para 5.
Operações policiais ilegais seguem em curso por todo estado fluminense
Uma das medidas do ex-governador fascista Wilson Witzel (PSC) foi extinguir a Secretaria de Segurança Pública e a Corregedoria Geral, que exerciam certo controle da atuação das forças policiais.
Essas instituições continuam extintas no atual governo de Cláudio Castro (PL), que promove diversas ações policiais ilegais no Rio de Janeiro.
As mortes cometidas por policiais ainda vão contra outras decisões do judiciário contra as operações. Desde junho de 2020, está em vigor uma decisão do Supremo Tribunal Federal que proíbe operações policiais nas periferias e favelas.
A situação das polícias do Rio de Janeiro coloca a necessidade de se debater a estrutura do aparato de repressão do Estado. Já passou da hora de impor controle social dos trabalhadores sobre as instituições armadas do Estado, responsáveis pelo verdadeiro genocídio imposto à população pobre e negra deste país.