Mariana Fernandes e Laysa Xavier
BELO HORIZONTE (MG) – Na manhã desta quinta-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro compareceu à Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, para anunciar a privatização do metrô de BH e de mais quatro cidades pelo país. Bolsonaro foi recebido por movimentos sociais, partidos de esquerda e sindicatos sobre os gritos de ‘privatização é coisa de ladrão!’.
Ao se dirigirem para o espaço onde o evento ocorria, os seguranças, junto com a Polícia Militar de Minas Gerais tentaram impedir os protestos, de forma truculenta e autoritária, agredindo os manifestantes. Somente apoiadores do presidente puderam estar presentes e sem nenhum problema na interna do evento, além de acesso à banheiro, água e sombra. Os demais, incluindo crianças de colo, mulheres grávidas e idosos, foram recebidos pela Tropa de Choque.
Porém, isso não foi suficiente para impedir que os trabalhadores da CBTU presentes e todos os demais lutadores realizasse a manifestação contra o governo reacionário. Durante toda sua fala, Bolsonaro foi vaiado e precisou parar de falar diversas vezes. Além disso, o evento comemorava os 1000 dias de governo. Aos gritos de ‘genocida, ladrão, entreguista e vagabundo’, entre outros adjetivos, o eco dos manifestantes foi mais firme do que os apoiadores pagos pelos defensores do governador Romeu Zema e de Jair Bolsonaro.
Afinal, o que há de se comemorar? O aumento da fome e da miséria? Os mais de 15 milhões de brasileiros que estão desempregados? As quase 600 milhões de mortes de COVID-19 que poderiam ter sido evitadas se o presidente tivesse promovido políticas sérias de combate a pandemia? O desmonte do serviço público e a privatização de serviços essenciais? O aumento dos alimentos, dos combustíveis e do gás de cozinha? Não, não há nada a comemorar em 1.000 dias desse governo de fome, miséria, desemprego, mortes e corrupção!
Os mineiros deram o recado de que não aceitam a privatização da CBTU e de nenhuma outra estatal. Tampouco, aceitam um presidente ligado à milícias, sem nenhum compromisso com a soberania nacional e a vida de milhões de brasileiros.
Ao final do evento, os manifestantes saíram organizados da Cidade Administrativa ao gritos de ‘dia 2 vai ser maior’. E será!