Hafael Thor Macêdo Ferreira, Natal
GREVE – Centenas de funcionários do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (Detran-RN), com suporte do Sindicato dos Servidores Públicos da Administração Indireta do RN (Sinai), estão em greve há mais de duas semanas e seguirá por tempo indeterminado. O que levou esses trabalhadores à luta foi a falta de comprometimento do Governo de Fátima Bezerra (PT) em ouvir suas demandas.
Há mais de um ano, a categoria cobra a atualização do Plano de Cargos, Carreira e Remunerações (PCCR) que estrutura toda vida profissional da categoria. Após a categoria ter entregue um projeto para a atualização, as diversas reuniões com o estado não foram objetivas por parte do governo e o processo, lento e burocrático, sem o estado apresentar nenhuma alternativa.
O governo também acumulou pagamentos de mais de um ano nos processos de insalubridade e abonos de permanência, direitos previstos na lei. O Detran-RN também está há mais de 10 anos sem realização de concurso, tempo em que os diversos governos apontaram cada vez mais cargos comissionados e ampliaram a terceirização no departamento.
Ainda em 2019 outra greve no Detran-RN obrigou o governo a entrar em acordo e realizar o concurso. Porém, mesmo depois de dois anos, nenhum concurso foi realizado, mostrando que o governo ainda não cumpriu sua promessa depois de tanto tempo.
Mobilização dos trabalhadores força governo do RN a negociar
Mesmo assim, depois dos trabalhadores terem iniciado a greve, o governo começou a taxar a ação de injustificada, dizendo que greves são como “balas de prata” e que só devem ser usadas em último caso. Porém, os trabalhadores sabem que não foi lhes dada nenhuma alternativa e isso os convence de sua luta.
O Jornal A Verdade entrevistou Alexandre Guedes, coordenador de comunicação do Sinai e um dos líderes da greve, criticar a posição do governo. Segundo ele, se a greve é uma bala de prata, então os trabalhadores possuem uma verdadeira fábrica de balas de prata com eles.
Em todos os dias, ocorreram piquetes na entrada das sedes e o comitê de greve seguiu a campanha salarial. Os grevistas ainda organizaram outro ato na frente da governadoria no último dia 14 e com esse ato, conseguiram uma nova reunião com o Gabinete Civil, com a Secretaria de Administração e com o DETRAN-RN para discutir suas demandas. Hoje, o sindicato pede que o governo seja mais concreto e lhes entregue um cronograma de pagamentos dos direitos previstos e outro das etapas de preparação do concurso.
Funcionalismo sob ataque em todo Brasil
Todo funcionalismo público está sob ataque em todo Brasil. O fascista Jair Bolsonaro e o governo federal atuam diariamente para desmontar todo serviço público. O objetivo é claro: entregar aos grandes empresários as diversas funções do estado, aumentando a terceirização, a privatização e a precarização do servidor público.
Isso se espelha nos estados e municípios, nos descasos com as secretarias e autarquias. Para não espelhar essa política de desmonte, é dever do estado atender às suas demandas, pois o que fazem no fundo, é lutar contra essa política de desmonte do serviço público que tem sua raiz no governo Bolsonaro.