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sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

O levante popular e a marcha antifascista

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Foto: Melissa Fernandes

Por: Matheus Cabral-PE

Quando uma parte da população, cega e moralmente desiludida, se esbalda em gargalhadas enfadonhas, com o prato limpo sobre a mesa, usando seus próprios corpos e mentes como massa de manobra e a outra por sua vez, nega-se a esboçar qualquer lapso temporário ou perpétuo (que seja), de humor ou aceitação barata da condição imposta bruta e disléxica: Bum, ocorre o fenômeno Revolução.

Adormecido em fracassos, como numa comédia teatral, o povo desperta em meio a correnteza, que os empurra Brasil abaixo.

Tal despertar, não se daria apenas pela necessidade de agir, ou o afogamento iminente de suas carteiras vazias, ainda que fossem por si só, motivos suficientes para um surto generalizado.

Mas como em toda boa história o drama é subversivo, e dar espaço ao heroísmo do protagonista sofrido, com nós não seria diferente. Como clichê barato, se orgulhariam os amantes da mitologia ao verem o povo se erguer das cinzas, tal como a Fênix, que surge em meio ao próprio caos.

O levante popular se inicia, com uma marcha, diria até atlética, de remadas e braçadas contra a maré impetuosa. Nesse ato, prevendo o fracasso do antagonista, a burguesia já toma seus pertences e decide-se em parte pela retirada do espetáculo que só estava começando. Aplausos antecipados são ouvidos ao oco da plateia inerte, que virando-se nota que entre seus ternos de linho fino, há quem vista sandálias e camisa estampada com o possível retrato de um fantasma vermelho.

De volta ao palco, o Levante popular segue firme, forte, fidedigno e fraterno. Braços dados não se soltam, palavras de ordem são ouvidas e as muralhas de Jericó são abaladas. Tormento para os amantes da luxúria e alta demanda financeira. (Ricos jamais afortunados…talvez.)

Nesse momento não existe mais peça, não existe mais classes, não há mais tempo nem tolerância. “Não vamos ser arrastados” gritam na manobra, “não seremos enganados” bravejam na reta, e por fim, tomam seus lugares de poder, com caneta e papel estão cansados e convictos, não caíram não se renderam e prontos enfim a escreverem o final desse ato com os assentos esvaziados pela burguesia, tomado assim por seu João, dona Paula, seu André e dona Maria. O Brasil se ergue com o Levante popular e sua marcha revolucionária, rumo aos campos e a cidade. Rumo a vitória da gente pelo povo e do povo pela gente.

“Os ricos farão de tudo pelos pobres, menos descer de suas costas” (Karl Marx)

 

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