Mesmo com a determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2) de que a greve seja encerrada e com o sindicato propondo o fim da paralisação, os trabalhadores da empresa General Motors (GM) decidiram continuar a greve iniciada no dia 1 de outubro.
Reinilson Filho
SÃO PAULO – Na tarde de ontem (14), o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul realizou assembleia com os trabalhadores da GM para discutir o destino de sua luta, assim como tem acontecido desde o primeiro dia de greve. A novidade no processo de luta, que completou ontem duas semanas de mobilização, foi a determinação de encerramento da greve, expedida pelo TRT-2 na quarta-feira (13), que acarretaria multa de R$ 50 mil ao sindicato em caso de manutenção da paralisação.
Mesmo não havendo avanço nas negociações da pauta de reivindicação, o sindicato propôs que os trabalhadores voltassem ao trabalho e encerrassem a greve. Porém, os 4.100 funcionários presentes rejeitaram o acordo parcial proposto pela empresa e decidiram pela continuidade da paralisação. A assembleia se encerrou e os trabalhadores seguiram de braços cruzados.
A principal reivindicação da categoria não acolhida pela empresa é a cláusula 42 do acordo coletivo, que garante a estabilidade dos funcionários acidentados ou com doenças ocupacionais – aquelas com ligação ao trabalho, como lesões por esforços repetitivos. Segundo a empresa, funcionários contratados depois de 2017 que apresentarem esses diagnósticos devem ser demitidos um ano após o afastamento.
Segundo um dos trabalhadores que votou pela continuidade da paralisação, “não houve nenhuma nova proposta concreta por parte da empresa”, portanto “vamos continuar a greve”. A categoria se mantém firme em sua luta e o jornal A Verdade seguirá acompanhando os próximos passos da organização destes trabalhadores.