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segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

As mentiras contra os servidores públicos!

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William Poiato


SÃO PAULO –

O servidor público, aquele que trabalha para o Estado e ingressa neste trabalho por via de um concurso público é constantemente atacado na mídia e na boca dos governantes. Atualmente, diversas leis atingem diretamente seu salário, regime de trabalho,  aposentadorias  etc. nos âmbitos federal, estadual e municipal. 

Multiplicam-se mentiras sobre os servidores, e o motivo dos ricos e poderosos atacarem este servidores é mais político que econômico. 

As mentiras contra os servidores

As mentiras contra os servidores entram naquele emaranhado de disputas, mentiras, ilusões, alianças, traições, agitações, propagandas que tomam conta das capas dos jornais burgueses e são assunto nas cúpulas de partidos tradicionais, câmaras municipais, estaduais e federais, etc. 

A pequena política contra o servidor público se dá em busca de um batido discurso de austeridade e segurança nos gastos públicos, medidas que, por exemplo, ampliam a dívida do Estado e a apropriação privada do fundo público, controle dos patrões sobre a vida pública, etc. O neoliberalismo enterrou nações inteiras na miséria. 

Fonte: OCDE

Uma das mentiras dos governantes e ricos é que no  Brasil existem servidores de mais, ou seja, que teríamos muitos trabalhadores e que isso os tornaria ineficientes, exploradores do Estado, preguiçosos, marajás, etc. Não é necessária grande pesquisa para encontrar, por exemplo, dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que a cada 100 trabalhadores ativos no país, 12 são servidores públicos; nos países capitalistas centrais esta marca chega a 21 trabalhadores para cada 100 ativos. Isso contando com os cargos de gabinete, se pensarmos apenas nos trabalhadores de “chão de fábrica” o número cai ainda mais.

Quando pensamos em salários, o falatório é ainda mais alto, olham-se os salários das pessoas que possuem poder, ou que servem para ele, (assessores, juízes e generais). Os rendimentos estratosféricos, chegam à R$100.000 no holerite, porém o salário médio de um servidor municipal por exemplo é de dois salários mínimos, esta é a média, ou seja, uma parte substancial recebe muito menos que isso, são pessoas que atendem crianças, doentes, organizam o serviço funerário, a segurança, a zeladoria, saneamento, energia elétrica, etc. grande maioria com ensino superior. Mas a estatística tem este poder de dourar a pílula, veja só, o salário médio do Brasileiro  comum é de R$2400. O que sabemos, não está em lugar nenhum, a média real é R$995.

Na perspectiva dos poderosos isso seria o suficiente para diminuir o salário de milhares de trabalhadores, para igualá-los por baixo, veja bem, será que um professor, enfermeira, coveiro, etc  recebem  muito ou os demais trabalhadores que recebem pouco? Os servidores são apenas trabalhadores assalariados, que recebem um salário de sobrevivência e suas dívidas hoje, por exemplo, só aumentam, em 2018 o Correio Braziliense mostrou que os bancos já descontaram diretamente do salário dos servidores o valor de 180 bilhões de reais. Outra coisa que deve ser sempre lembrada é que o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos)  aponta que o salário necessário para o trabalhador em 2021 seria de R$ 5.657,66 para sustentar sua família com dignidade. O trabalhador nem na CLT, nem estatutário recebem este valor.

A última acusação sobre os servidores é a sua estabilidade de emprego, devemos primeiro frisar que até a ditadura empresarial militar iniciada em 1964, que assolou o Brasil, todos os trabalhadores tinham direito a estabilidade de emprego, após dez anos trabalhados e um mês de indenização por ano trabalhado em caso de demissão antes este periodo, em troca criaram o ínfimo FGTS, que nada mais é que um financiamento público para as construtoras e empreiteiras. Ou seja, é um direito que todos tinham, mas os ditadores tiraram a maioria do povo! Além disso, a estabilidade do concursado garante que ele não ceda a todos os desmandos dos governos de plantão, vale lembrar que mesmo sob pressão, foi a estabilidade a segurança para um servidor barrar a compra de vacinas superfaturadas de Bolsonaro, que garantia $1 dolar de propina para seus aliados. Como faria isso se corresse o risco de demissão?

Defender o serviço público é defender o funcionário público!

No atual governo de Bolsonaro presenciamos ataques de toda sorte aos servidores, corte de verba e salários são comuns, nos estados e municípios isso não é diferente, pagamentos parcelados, reformas previdenciárias que atacam até mesmo os aposentados se multiplicam. Até mesmo a estabilidade ameaçam na tal reforma administrativa proposta pelo ministro da Fome e Desemprego, Paulo guedes

Mas os trabalhadores não se intimidam, estão fazendo greves, manifestações, apontando o dedo aos governantes de plantão e para os ricaços que querem se aproveitar e precisam do apoio e mobilização de todo o povo.

Lígia Mendes, servidora da Saúde de São Paulo e presidente municipal da UP, discursando para milhares de servidores no dia 26/10 afirmou que:

A gente não vai deixar eles desmontarem os serviços públicos de novo! Era para estarmos dentro daquele plenário enfrentando eles (…) Não é a gente que está comprando mansão! Não! Nós somos trabalhadores, vivemos do nosso salário e temos temos direito porque produzimos tudo! A classe trabalhadora produz tudo!

 O Movimento Luta de Classes (MLC) se apresenta em todo o Brasil como opção de luta radical e consequente contra esses poderosos e disputa a direção também com os dirigentes que não representam a disposição de lutar dos trabalhadores.






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