A campanha, que garantiu a alimentação de 1.300 pessoas, levantou recursos financeiros e insumos alimentícios para montagem e distribuição de cestas básicas aos estudantes em situação de vulnerabilidade social e suas famílias.
Luiz Otávio Burity
Rio de Janeiro
JUVENTUDE — Com a ajuda de sindicatos, estudantes e professores, a Associação dos Estudantes Secundaristas do Estado do Rio de Janeiro (AERJ) arrecadou e distribuiu mais de 200 cestas básicas em sua última edição. A campanha atinge os alunos que, em sua maioria, não sabiam se teriam o que comer no dia seguinte.
Decorridos 1 ano e 6 meses da pandemia do Covid-19, o povo brasileiro ainda percebe de forma clara a alta no preço dos alimentos. O desemprego, o elevadíssimo custo de vida e o abandono são reflexos da política do governo de militares de Bolsonaro.
Campanha cresce e amplia ações
A campanha da AERJ foi fruto de uma intensa parceria com diversos grêmios estudantis. Hoje, ela está em sua 7º edição, levando cestas básicas e insumos à mesa de estudantes de todo o estado.
Ela levou não somente alimentos e produtos de higiene, mas solidariedade e política durante todo o processo de sua construção, que possuirá novas edições.
“Nós fizemos à campanha pois entendemos que muitos alunos estavam passando necessidade; mas, além disso, não queríamos levar somente comida, mas também queríamos levar consciência, fazer com que os alunos continuassem envolvidos entre si. A campanha mostra que ainda temos muito trabalho pela frente para salvar e defender os estudantes, trazendo sempre a máxima de que ‘só os estudantes salvam os estudantes’, pois o colégio não dá bons auxílios e o governo não presta suporte”, disse Sophia Lopes, diretora da AERJ.
Alimentação digna é um direito constitucional
A alimentação de qualidade é um direito constitucional básico. Esse direito, que é reprimido pelo estado Brasileiro, deveria ser ofertado a todas, reiterando o princípio da dignidade humana.
Nas atividades da campanha também foi divulgado o trabalho que o jornal A Verdade se propõe a fazer. Esse trabalho é o de estar ao lado da classe trabalhadora e seus filhos, denunciando o injusto sistema capitalista que não garante alimentação digna para o povo.
Maria Aparecida Soares, estudante do projeto Educação para Jovens e Adultos (EJA), no C.E. Infante Dom Henrique, relatou para o jornal como a campanha foi importante para que ela e seus familiares passassem por esta grave crise sanitária e econômica com menos dificuldades: “A cesta básica me ajudou demais, não sei o que faria sem a ajuda do pessoal da AERJ e FENET desde o início da pandemia. Os voluntários que entregam, todos muito solícitos e atenciosos a todo momento. Uma ajuda muito necessária e bem vinda. Agradeço muito e quero que continue com esse auxílio a nós estudantes, pois ainda continuo desempregada, passando necessidades e preciso muito dessa ajuda, já que por parte do governo não vem”.
O momento agora é de organizar cada vez mais estudantes, mobilizar escolas e elevar a consciência da juventude a ponto de toda essa revolta existente nas fileiras juvenis se canalize em luta e resistência. Apenas dessa forma honraremos nosso dever em alcançar a verdadeira justiça social.