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sábado, 21 de dezembro de 2024

Governo de SP diminui acesso ao ensino público das famílias mais pobres

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Foto ARES-ABC

Bento Xavier e João Gabriel


SÃO PAULO – Estudantes de escolas públicas têm tido o acesso ao ensino precarizado com o impacto do corte de gastos para educação, consequência da PEC 95, e a dificuldade de acesso ao conteúdo escolar durante os dois últimos anos de pandemia. Mais recentemente, tem ocorrido o fechamento do período noturno em diversas escolas, sendo justificado pela implementação da PEI (Projeto de Ensino Integral).

Uma pesquisa realizada pela APEOESP já demonstrou o aumento da evasão escolar por parte dos jovens. Diante da carestia e alto índice de desemprego, houve um contexto que aumentou a necessidade de trabalhar e estudar entre os adolescentes. Com os pais desempregados somado à carestia dos alimentos e aluguéis, os adolescentes têm tido que assumir parte da responsabilidade no sustento de suas casas e famílias, para continuar os estudos e concluir o ensino médio, muitos passam a frequentar o período noturno.

Nesse contexto, o governo de João Dória (PSDB), julgou ser um momento adequado para realizar o fechamento do período noturno em diversas escolas. Sendo esse período o mais frequentado pelos jovens que necessitam trabalhar, seria como propor ao adolescente entre passar o dia na escola ou abandonar os estudos para continuar trabalhando. Uma escolha entre a fome imediata e o investimento nos estudos não é uma escolha de verdade.
Além de que o período noturno também é a alternativa para a realização do EJA (Ensino de Jovens e Adultos), aqueles que por algum motivo não conseguiram concluir os ensinos durante os anos de idade escolar.
A justificativa do fechamento de salas devido o Ensino Integral não se justifica já que o período integral funciona até 16h, assim, não fica claro o porquê da necessidade de fechar o período que começa apenas às 19h. É indiscutível que o período noturno é frequentado por estudantes trabalhadores e/ou que já foram excluídos do ensino público anteriormente. Fechar esse período não afeta nenhuma pessoa que tem sua sobrevivência garantida, apenas aqueles que desde cedo precisam batalhar para garantir um teto e seu prato de comida. É mais um ataque que pretende aumentar a exclusão das famílias mais pobres das escolas. 

Na cidade de Diadema várias escolas aprovaram o fechamento do período noturno sem um diálogo que discuta o impacto na vida dos estudantes. A estudante da E. E. Antonieta Borges relatou: “é ridículo decidir isso em uma semana como se a gente não fosse nada. Tá sendo uma imposição, porque se mudar pra PEI os alunos do noturno vão mudar de escola, imagina todo mundo ficar  mudando de escola, não tem vaga assim não gente, inclusive o povo do Riolando só veio pro Antonieta porque [o Riolando] virou PEI, agora um monte de aluno vai pro João Ramalho, e pra quem não tiver vaga? faz como? ou fica ou não estuda.”

Com o fechamento do período noturno e EJA, essa implantação da PEI nas escolas sem nenhuma preocupação com a juventude pobre, é visível e fica claro que a juventude que quer trabalhar para se sustentar e ajudar sua família, o estudante pobre, e que quer voltar a estudar para ter melhores condições de vida, não é a prioridade, e nunca será neste governo, pois nós sabemos qual é o histórico de atividades dos governos do PSDB, e sabemos que esses ricos nunca irão dar  condições de vida digna, educação de qualidade e outros direitos que nós estudantes já nascemos batalhando por eles.

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