Guilherme Piva
MARANHÃO – Cerca de 20 indígenas do povo Akroá-Gamella foram presos arbitrariamente nesta quinta (18) em Viana, interior do Maranhão. Um deles, Kum’Tum Akroa Gamella, é agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Segundo as informações, houve tentativa de instalação de linhões de energia elétrica da empresa Equatorial Energia sem consulta prévia. Os Akroá-Gamella chegaram a tentar negociar com a empresa, em vão. Os vinte indígenas foram presos e tiveram celulares e câmeras que registravam a ação ilegal recolhidos pela Polícia Militar de Flávio Dino.
Além disso, há a presença de jagunços contratados pela Equatorial no local, gerando um clima de extrema tensão. Em nota, 27 entidades e movimentos denunciam a violência do governo estadual e exigem a libertação imediata dos presos.
Essa não é a primeira vez que o governo “progressista” de Flávio Dino ataca povos e comunidades tradicionais no estado maranhense. Este mesmo governo promoveu a expulsão de povos quilombolas de Alcântara para ceder a base de lançamento de foguetes aos Estados Unidos para ser explorada comercialmente, iniciativa defendida por Bolsonaro que contou com a cumplicidade do governador, aprovando o projeto de lei na Assembleia Legislativa do estado. O Movimento dos Atingidos pela Base Espacial de Alcântara (MABE) foi uma das entidades signatárias da nota.
Com isso, mais uma vez Dino mostra o caráter de seu governo, transformando o estado do Maranhão em um grande cassino para os latifundiários, capitalistas e as mineradoras, reproduzindo em seu estado o que defende para o país: uma frente antipovo com o neoliberalismo.