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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Trabalhadores da EBC iniciam greve por melhores salários e contra privatização

GREVE. Funcionários da estatal lutam contra desmonte da empresa promovido pelo governo Bolsonaro (Foto: CUT-Rio)

Nesta terça-feira (23), em assembleia realizada simultaneamente no Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo, os trabalhadores da Empresa Brasil Comunicação (EBC) decidiram entrar em greve a partir da 00h da próxima sexta, 26.

 Igor Barradas | Redação Rio


TRABALHADOR UNIDO – Os trabalhadores da Empresa Brasil Comunicação (EBC) aprovaram a realização de uma greve nacional a partir da 00h de sexta-feira (26).

A decisão foi tomada em assembleias simultâneas ocorridas na terça (23) no Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo, com participação de mais de 300 funcionários da empresa.

Os jornalistas e radialistas protestam contra o corte de direitos e o desmonte da empresa promovido pelo fascista Bolsonaro e seus generais, que incluiu recentemente a EBC no Programa Nacional de Privatização por meio do decreto 10.354/20.

Outra reivindicação da categoria é um novo Acordo Coletivo, que não é renovado há dois anos.

Privatizar a EBC é inconstitucional

A Empresa Brasil Comunicação é responsável diretamente pela TV Brasil. Esse canal de comunicação é um dos únicos públicos que não possuem sua agenda mercantilizada, algo que não é priorizado por veículos privados, que despejam cotidianamente uma enxurrada de mentiras contra o povo.

Essa privatização, além de representar um ataque contra os trabalhadores, é inconstitucional. O artigo 223 da Constituição Federal prevê que o Estado brasileiro regulariza a existência de empresas públicas de comunicação.

O projeto de desmonte da empresa se dá no ataque direto contra os direitos dos funcionários. A EBC caçou benefícios dos trabalhadores, entre eles auxílio para pessoas com deficiência, a estabilidade de 60 dias ou mais para mulheres que estão voltando de maternidade e o adicional noturno.

Abusos contra trabalhadores

Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apontam que a inflação subiu de 9,77% para 10,12% este ano. Mesmo assim, a direção da empresa apresentou uma proposta de apenas 7% de reajuste para restituir as perdas acumuladas, e sem as progressões de carreira que os jornalistas e radialistas têm direito.

Benefícios como seguro de vida em grupo, ajuda-alimentação, auxílio-creche estão congelados há 5 anos.

“A greve foi deflagrada para o dia 26/11 por conta da intransigência da empresa em fazer uma negociação real. A gente vinha negociando o acordo coletivo desde o ano passado, que é nossa data base, e sem conseguir fechar uma proposta satisfatória. A empresa vem a um longo tempo tentando impor aos trabalhadores um banco de horas. Dizemos inúmeras vezes que a proposta não passava entre os trabalhadores. Levamos em assembleia e a proposta foi recusada, e eles insistiam na questão do banco de horas, além de não nos sinalizarem nenhum aumento decente”, relatou Carolina Barreto, do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, ao jornal A Verdade.

A luta por aumento de salários e em defesa dos direitos está mobilizando e unindo os jornalistas e radialistas da EBC. Os salários necessitam ser aumentados de acordo com o atual custo de vida, e só podem ser conquistados através da greve e da organização dos trabalhadores. Todo nosso apoio à essa luta!

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