Boa Vista, uma parada para imigrantes antes de São Paulo

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DESCASO – População imigrante passa dias em fila para receber documentação enquanto governo não dá assistência (Foto: Diane Sampaio).

Elmirheuse, Milanda e Felipe Fly MLB

BOA VISTA – Boa Vista é um município brasileiro, capital do estado de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela e a Guiana no extremo norte do país. Essa faixa territorial de contato acaba se definindo mais por seus atributos econômicos, sociais, tecnológicos, culturais e políticos do que por sua realidade física.

Elmirheuse, militante do Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), hoje reside em Boa Vista e relata a situação da população imigrante na região: “É muito difícil aqui em Boa Vista, tem muito sol, tudo está caro. Não tem escola para imigrantes aprenderem o português, é difícil para trabalhar e quando trabalha a polícia fiscal nos atrapalha.”

Desde 2016, muitas pessoas imigrantes passaram a optar por outros países ao invés do Brasil por conta do aumento do custo de vida. Alimentos, aluguel e transporte estão entre os itens e serviços que encareceram, afastando imigrantes por não corresponder às necessidades que buscavam suprir quando saíram de seus países de origem.

“Para chegar, é preciso atravessar até mesmo 11 países e muitas famílias morrem no caminho, quando na verdade estão à procura da vida”, relata Elmirheuse.

Grande parte da população imigrante do Haiti permanece dias seguidos em Boa Vista, em fila, para tentar conseguir sua documentação antes de vir para São Paulo.

Elmirheuse complementa sobre a situação enfrentada por quem busca construir uma nova vida no Brasil: “quando chega em Brasil, recebe papel de refúgio. Mas sem casa, sem alimentação, sem estudo. O governo não ajuda, nem garante o básico. Com um papel não dá para comer, para trabalhar, para pagar aluguel.”

A única saída para a população imigrante garantir os seus direitos é se organizar na luta.

“Eu queria que o MLB estivesse aqui em Boa Vista. Tem muitos imigrantes que precisam se organizar e lutar pela sua casa. Essa organização deveria ser em todo lugar, onde ainda falta casa”, ele finaliza.

Vemos a cada dia a contradição aumentar na sociedade capitalista, os burgueses seguem enriquecendo à custa do trabalho da classe trabalhadora. Os aluguéis aumentam, porém os salários não.

Pelo contrário, o poder de compra diminui e o desemprego bate recordes. Para nós trabalhadores e trabalhadoras há somente uma saída: a organização revolucionária!

Enquanto morar for um privilégio, ocupar é um direito!

Viva o MLB e o poder popular!