Restaurante popular de Macaé está fechado desde o ano passado e moradores passam fome. A prefeitura da cidade tem a pandemia como justificativa principal do fechamento.
Joyce Melo
MACAÉ (RJ) – Em setembro de 2020, a prefeitura de Macaé anunciou através da Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos e Acessibilidade que as atividades do Restaurante Municipal da Aroeira estavam momentaneamente suspensas por conta da pandemia de COVID19.
O restaurante também é conhecido como restaurante popular de Macaé. Segundo o que consta no site da própria prefeitura, o restaurante servia em torno de 1,800 refeições em um único dia.
Com a pandemia, a vigilância sanitária decidiu que não havia liberação para o retorno das atividades. O argumento usado, para além da contenção do vírus, foi a de que o fechamento iria garantir a transparência e economia para a cidade.
O município não renovou contrato com a empresa que administrava o serviço, vencido ano passado, sob a desculpa de que não havia justificativa para o uso do dinheiro público sem o funcionamento do restaurante. O anúncio de que o fechamento seria momentâneo era apenas uma fachada. O que queriam era destruir o único restaurante popular da cidade.
Lucro para os ricos, fome para os pobres
Esse ano, o município completa um ano com o restaurante popular fechado. Um ano em que famílias macaenses perderam o único restaurante que atendia a preço popular e dava assistência a diversos moradores. O prefeito Welberth Rezende chegou a fazer um pronunciamento acerca da abertura do restaurante da aroeira e, inclusive, da construção de novos restaurantes em bairros como Lagomar e Ajuda e construção do restaurante universitário.
Promessas de campanha que até hoje continuam sendo apenas promessas pois, até então, de lá para cá, pouca coisa mudou. A verdade é que o prefeito segue fazendo seus pronunciamentos, mas não tem nenhum real interesse na volta do restaurante e construção de novos.
Segundo o boletim da vigilância socioassistencial, são mais de 38 mil pessoas em situação de extrema pobreza em Macaé. 14 mil famílias estão em situação de insegurança alimentar e mais de 11 mil pessoas possuem baixa renda. A cidade é a 14ª do estado com mais pessoas sobrevivendo com até R$89 por mês, num total de mais de 35 mil moradores (35.185).
Também, segundo o demonstrativo da execução das despesas publicado em setembro de 2021, Macaé possui orçamento público para despesas públicas. A subfunção assistência comunitária possui um saldo de 24 milhões ainda não executados.
Para a prefeitura de Macaé, o combate à fome no município não é uma prioridade mesmo com os dados alarmantes. Mesmo com orçamento, deixa seus moradores desamparados em meio a uma pandemia viral.