Kelvin Gomes da Costa, Rio de Janeiro
Reflexões de uma pessoa explorada
Acho que toda a minha loucura deve ser respeitada
Marginalizada, oprimida
Oh sistema que me oprime
Me liberte dessas amarras
Meus pulsos já estão machucados
Já não está feliz com a minha dor ?
Eu grito a verdade
Pois li em livro que a verdade liberta
Mas como vou me libertar se mal sei ler?
Como vou me libertar se quem amo ajuda a me prender ?
Eu falo a verdade, a verdade que eu vivo, a verdade que aprendi depois de tanto apanhar
Não vejo caminhos para ser feliz, minha infelicidade gera lucro
Trabalhei desde nova e isso não me fez bem, não vejo caminhos para entrar em uma
faculdade
Não vejo caminhos para ter dignidade
Não vejo caminhos
Não vejo
Não aguento tanta dor
O medo de não ser amada por causa da minha cor
Não consigo mais fingir um sorriso
Minhas lágrimas são as minhas angústias transbordando
Mesmo rodeada me sinto só
Mas o mundo está aí
O mundo não para só pq estou chorando
O sistema não para só pq não tenho mais forças para sustentá-lo
Nada para
É como ouvi da tv da minha patroa uma vez ” o carrossel nunca para de girar “
Não sei se aguento
Tudo é tão difícil, não vejo como me livrar disso
Isso consome minhas forças, consome minha alma, me consome
Sinto falta do tempo que eu escutava de minha mãe como eu era linda, como eu era forte, e
como eu era importante
Nunca mais ouvi essas palavras
Sinto falta
Sinto tudo
Apenas sinto