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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Por uma geografia combativa

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Foto: Reprodução

Gustavo Roth


SÃO PAULO – Ao longo das décadas a geografia sofreu uma série de mudanças e transformações, de uma geografia que era quase cartografia pura e se limitava a descrição, limitada apenas a uma forma dos grandes capitalistas de manter e demarcar suas posses para uma ferramenta de extrema importância para a análise e compreensão da nossa realidade e na produção de conhecimento. 

A geografia é muito mais do que as limitações que o capitalismo já impôs a essa área do saber, hoje sabemos que qualquer forma de análise da realidade e do espaço passa por uma ótica geográfica, uma ótica de questionar o modo de produção e distribuição capitalista.

 Nós como geógrafos, ou futuros geógrafos que compreendemos os conflitos e contradições que o capitalismo cria a nosso redor temos o dever de agir ativamente para combater essa mazela, não podemos nos limitar às vias conciliadoras com o capital, devemos combater o positivismo e o academicismo, pois tais linhas de pensamento travam a luta e ofuscam a visão.

 Os geógrafos devem lutar nos processos por moradia digna nos territórios urbanos, já que sabemos que a quantidade de pessoas sem casa ou em condições desumanas de moradia é culpa do capital e de seus agentes, temos que estar presentes nas lutas por reforma agrária em nosso país pois sabemos a origem dos oligarquias rurais e seus interesses no acúmulo de terra para perpetuar e consolidar seu poder no campo e mercado financeiro, a única forma de se reverter a destruição e a miséria que que é imposta a humanidade pelo grande capital é lutando diariamente, “colocando a mão na massa” como popularmente se diz. 

Telma Regina

Não nos esqueçamos de Telma Regina, militante comunista e estudante de geografia na universidade federal fluminense, muito ativa no movimento estudantil, foi alocada a integrar a guerrilha do araguaia em 1971,presa às margens do rio araguaia,torturada e morta em 1974,é até hoje considerada desaparecida política por não terem sido entregues seus restos mortais a seus familiares, o que não permitiu seu sepultamento até os dias de hoje.

Há na geografia uma possibilidade de transformação e revolução social que, mas para isso, nós, a nova geração de geógrafos devemos ser ainda mais combativos, ainda mais críticos ainda mais ativos nas pautas e necessidades populares,e que o sacrifício da companheira Telma sirva de exemplo de heroísmo abnegação revolucionária para todos nós, e, somente assim conseguiremos acabar com o sistema capitalista e criar condições para que todos possam desfrutar dos espaços, da cidade, do meio ambiente, e de tudo que envolve a geografia de nosso mundo. 

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