Governo do RJ quer transformar novas unidades da Faetec em escolas militares

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RETROCESSO. Alunos serão prejudicados com militarização das escolas (Foto: @taissab2)

A proposta do governo Cláudio Castro (PL) é militarizar a educação pública e se alinhar ao Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares de Bolsonaro, que transforma as escolas em pequenos quartéis sem pensamento crítico.

Redação Rio


RIO DE JANEIRO – O Governo do Estado do Rio de Janeiro publicou, no último dia 24/03, decreto no Diário Oficial que transforma as novas unidades da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) em escolas militares. As escolas, de tipo técnico, passarão a ser administradas pelo Corpo de Bombeiros e pela PMERJ.

Segundo o decreto, a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, em conjunto com as demais secretarias, tem 90 dias para elaborar conjuntamente um plano de ações sobre o funcionamento das escolas.

A proposta do governo Cláudio Castro (PL) é militarizar a educação pública e se alinhar ao Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares de Bolsonaro, que transforma as escolas em pequenos quartéis sem pensamento crítico. 

“A escola pública é civil e não militar. Não aceitaremos a militarização das escolas e colocá-las sob a tutela de militares que nada têm a ver com o processo pedagógico-educacional”, disse em nota o Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe).

De fato, educação de qualidade, ainda mais na área profissionalizante e técnica, exige pessoal especializado no processo ensino-aprendizagem. Militarizar escolas apenas segue o propósito de avançar na implementação de um regime fascista no Brasil controlado pelos militares. 

A farsa da educação cívico-militar

Pesquisa promovida pelo Sinpro-DF revelou que, em comparação às escolas públicas convencionais, as escolas cívico-militares gastam três vezes mais recursos e não oferecem uma educação de qualidade. 

Se esse tipo de ensino fosse realmente eficiente, as escolas privadas onde estudam os filhos dos ricos já teriam adotado tal formato. 

As escolas públicas com maior excelência no Brasil hoje são os colégios de aplicação (ligados às universidades) e os institutos federais. Todas elas possuem melhores resultados que os colégios militares com menos investimento. Entretanto, o governo Bolsonaro e seus incompetentes ministros da Educação não cansam de cortar verbas e precarizar o ensino nessas escolas. Com isso, demonstram que estão mais preocupados em cobrar propina e enriquecer pastores corruptos do que com a formação de nossa juventude. 

É preciso lutar contra a implantação das escolas cívico-militares e pela transformação da educação pública, para que ela seja um espaço de conhecimento e emancipação.