Manoela Matias, Salvador-BA.
A Universidade Federal da Bahia (UFBA) tem dois Restaurantes Universitários (RU), no campus de Ondina, que atende o maior número de estudantes, e o do campus de São Lázaro. Ambos se encontram fechados e sem data de abertura. O RU de Ondina foi fechado por problemas de estrutura, com previsão de abertura para o mês de Abril, contudo sem data. Ademais, foram estabelecidos pela universidade centros de distribuição de refeições em São Lázaro e Corredor da Vitória a partir da segunda semana de volta as aulas presenciais (21/03). Entretanto, às vésperas da data foi publicado pela UFBA um comunicado informando o adiamento indefinido da abertura desses centros.
Além disso, o buzufba, ônibus da UFBA que transportava os estudantes entre os diversos campus da faculdade gratuitamente, tinha um total de 5 rotas, que apesar dos problemas com horários e falta de infraestrutura, contemplava todos os campus da universidade. Mas, infelizmente, desde o retorno das aulas presenciais houve uma diminuição para apenas duas rotas – ida e volta passando pelo campus de Ondina, Residências Estudantis e São Lázaro – até o horário de 19:20, sem atender os estudantes do período noturno. Dessa forma, nos perguntamos: cadê o RU e o buzufba que estava aqui?
Para organizar a luta dos estudantes pelos RUs e buzufbas na segunda(21/03) e terça-feira (22/03) o Movimento Correnteza organizou na UFBA plenárias sobre a não-abertura dos Restaurantes Universitários, a diminuição do roteiro e horários do buzufba e as questões que norteiam o debate sobre permanência universitária.
A primeira plenária ocorreu no campus de Ondina em frente a Biblioteca Central, que fica em frente ao RU, com a presença dos estudantes que relataram suas revoltas com a falta de preparo da Universidade para atender aos alunos nesse retorno semi-presencial. Augusto, coordenador do Movimento Correnteza na Bahia, expressou a importância de estarmos nas ruas nos organizando e movimentando para que não percamos nossa universidade. A estudante que compõe o Movimento de Mulheres Olga Benário, Hanna, também relatou sobre como a falta do buzufba tem afetado a dinâmica de aulas. Agora, ela precisa pagar R$4,40 para chegar nos outros campus em pouco tempo de intervalo ou se expor por caminhos desertos e perigosos.
Na terça-feira (22/03) foi a vez do campus de São Lázaro. Nesse local, os militantes do Movimento Correnteza fizeram uma plenária em frente ao Pavilhão de São Lázaro com grande adesão dos estudantes. Dessa vez, contamos com a presença da companheira Beatriz Faria, do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), que denunciou a falta de estrutura do transporte de Salvador para atender aos estudantes de São Lázaro. Em sua participação, recordou como o buzufba anteriormente fazia a ligação entre os campus da UFBA e com paradas em pontos de ônibus para o atendimento mais amplo dos estudantes. Durante a atividade, um dos estudantes de Ciências Sociais acrescentou sobre como a atual situação da faculdade aumenta o processo de elitização do ensino superior no estado da Bahia.
A partir do acúmulo dos debates em ambos os campus, organizamos uma série de propostas para construir uma grande mobilização dentro da faculdade exigindo a volta dos RU’s, o retorno dos roteiros e aumento da frota do buzufba, além de uma melhoria nas assistências de permanência estudantil. Nesse sentido, foi marcada para a quinta-feira (24/03) às 11:30 no campus de São Lázaro a Plenária de Organização para o Ato dos Estudantes e uma oficina de cartazes.