Moradores do Estado do Rio de Janeiro esperam há mais de 100 dias para um julgamento. No Brasil, três em cada dez detentos estão na cadeia sem condenação
Igor Barradas | Redação Rio
RIO DE JANEIRO – O número de pessoas presas sem julgamento no Estado do Rio de Janeiro permanece alto. Mesmo assim, dados do TJ-RJ enviados ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) são alarmantes. As informações apontam que há 24.982 processos criminais sem julgamento há mais de 100 dias no Rio de Janeiro.
Ao chegarem na prisão, os detentos são submetidos a um tratamento humilhante. Não é raro ver notícias sobre torturas praticadas dentro das cadeiras. Mas não bastam as péssimas condições de vida dos presidiários; muitos deles se encontram presos sem ao menos terem cometido algum crime.
O tratamento humilhante da justiça burguesa aos familiares e às pessoas se dá nessa falta de julgamento. A injustiça por inúmeros presidiários não terem sido julgados, a maioria deles, presos por motivos banais, é evidente. Enquanto estão neste limbo, perdem seus empregos e suas reputações.
Dados recentes do Infopen (Sistema de Informações do Sistema Penitenciário) mostram que das mais de 770 mil pessoas presas no país, 34,7% não foram julgadas. Além disso, 64% são pretas ou pardas e 70% são mães.
De fato, o sistema de justiça brasileiro é uma máquina de moer pessoas pretas e pobres. O Brasil possui a terceira maior população carcerária do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. O aumento da população prisional brasileira, de acordo com diagnóstico do Depen, cresce a um ritmo de 8,3% ano após ano.
A superpopulação carcerária continuará aumentando enquanto os trabalhadores não destruírem o sistema capitalista e fundarem um governo popular.