Redação SC
O estado de Santa Catarina apresenta dados absurdos em relação a violência contra a mulher. Temos 41.743 processos em aberto que envolvem esse tipo de violência, sendo este o segundo tipo de registros mais recorrentes nas delegacias, ficando atrás apenas do tráfico de drogas.
A partir de dados do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em 2018 aconteceram, em média, 1 feminicídio por semana no estado. Número esse que se intensificou na pandemia, apesar do pouco acesso às informações e ausência de um mapeamento concreto para fornecer os dados em relação aos casos. Apenas em 2021, houve mais de 19 mil tentativas de feminicídio que resultaram em um pedido de medida protetiva. Mesmo com esses índices alarmantes, não houve mobilização efetiva por parte do estado para solucionar o problema.
Por isso, se faz fundamental a organização de um espaço que assista as mulheres de forma autogestionada e popular, construindo alternativas de resistência que de fato auxiliem as mulheres a saírem do ciclo da violência que só piora no Brasil sob o governo de Jair Bolsonaro e seus aliados, defensores do patriarcado e do autoritarismo!
Pensando nessas denúncias que estão sendo feitas e todas essas lutas que serão travadas nesse espaço, Antonieta de Barros foi escolhida como homenageada para nomear a casa. Antonieta nasceu 9 anos após a abolição da escravidão, e era filha de ex-escravizados. Por meio da sua luta foi eleita a primeira deputada mulher e negra no Brasil. Suas principais pautas de luta eram o direito a educação gratuita e acessível a todos, a emancipação das mulheres e o fim do racismo.
O Movimento de Mulheres Olga Benario se organiza de forma nacional para lutar em defesa da vida das mulheres, e em Santa Catarina essa luta também se faz essencial. Por isso, construímos nossas casas, para impedir que as mulheres continuem sendo mortas. Ocupamos por necessidade e como forma de resistência. É pela vida das mulheres!