UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

domingo, 22 de dezembro de 2024

O papel das comunistas no movimento de mulheres

Outros Artigos

CLASSISTA – Um movimento de mulheres consequente deve combater o feminismo liberal e individualista (Foto: Jorge Ferreira/ A Verdade).

O feminismo marxista é a única linha que contempla as mães, as estudantes e as trabalhadoras de todo o mundo.

Isabela Catarina

________________________________________________

SÃO PAULO – Entender o início do movimento feminista no mundo é extremamente necessário para entendermos o motivo de enfrentarmos a conjuntura atual. Este teve seu início em meados do século XIX e seu propósito era a luta contra o patriarcado e a busca de direitos iguais aos dos homens.

É evidente que a crescente exploração do povo pobre e, principalmente da mulher, que é proporcional ao avanço do capitalismo culminaria na ascensão exponencial dessas reivindicações e numa explosão de movimentos que buscam a melhoria imediata da vida das mulheres.

Diante da força que esse movimento representava, os capitalistas – que possuem as riquezas nessa sociedade – logo decidiram moldar essas reivindicações, esvaziá-las e tirar proveito delas. Não é de hoje que esse sistema utiliza de pautas “identitárias” a seu favor: isso acontece dentro dos movimentos de mulheres, movimentos negros e até mesmo nos LGBTIA+.

A ideologia burguesa é fincada no seio de pautas essenciais principalmente pela propaganda e as reduzem a um simples “mulheres no topo” ou “girl power”, ignorando o fato de que para existir um topo obrigatoriamente existe uma base, que segue sendo explorada e massacrada por aqueles e aquelas que estão no poder.

A partir dessa problemática surge a pergunta: qual é o papel das comunistas dentro do movimento de mulheres? Nós enquanto marxista-leninistas devemos denunciar a falácia que é o feminismo liberal, esse feminismo reduzido ao enriquecimento e à liberdade individual, pois esta linha feminista representa a morte e a infinita exploração das mulheres pretas, trans e periféricas.

ORGANIZADAS – Movimento de Mulheres Olga Benario organiza as mulheres para lutarem pelo socialismo e fim do machismo (Foto: Leticia Freitas)

Não existe a possibilidade de avançarmos na construção de uma sociedade nova se não existir a profunda luta contra a ideologia burguesa dentro do movimento feminista.

É por isso que o único feminismo possível para a classe trabalhadora é o feminismo classista e marxista, pois este é o único que tem como propósito lutar contra essa sociedade que explora nossos corpos, que nos vê como escravas domésticas e sexuais. O feminismo marxista é a única linha que contempla as mães, as estudantes e as trabalhadoras de todo o mundo.

Contudo, a luta contra o feminismo liberal não é uma luta fácil. A burguesia possui os meios de produção e os de comunicação também e é por isso que logo se associou o termo “feminismo” ao discurso racista, transfóbico, higienista e politicamente vazio, pois só assim esse movimento contemplaria e se encaixaria nos moldes da classe dominante.

Como dito anteriormente, usar pautas importantes a seu favor é uma especialidade da burguesia: vocês acham que a Luiza Trajano, uma das mulheres mais ricas do Brasil, deixaria de se dizer feminista quando isso lhe dá mais credibilidade? Evidentemente não. Para os ricos é melhor esvaziar uma luta do que perdê-la.

O papel das comunistas é construir um movimento de mulheres realmente combativo, que não exclua nenhuma mulher a não ser nossas opressoras e combater arduamente todo tipo de peleguismo. É nosso papel histórico dar voz e esperança de vida para as mulheres que mais sofrem dentro desse sistema.

Um movimento de mulheres firme, que tenha como bússola o marxismo-leninismo, é o único que pode emancipar de fato o nosso povo e livrar as gerações futuras da exploração. Há de ser ressaltado também que a luta feminista marxista não deve ser feita contra os homens trabalhadores: preferimos nos aliar a estes do que às milionárias.

Todas aquelas que sentem em sua pele as contradições desse sistema, devem estar unidas para pôr fim a ele. Devemos mostrar para cada mulher no mundo que a luta pelos direitos das mulheres é obrigatoriamente uma luta contra o capital, e que as meninas e mulheres devem sim ocupar a luta política e tomar partido.

Um problema estrutural só se resolve destruindo a estrutura. A real emancipação da mulher só será alcançada pela revolução e qualquer discurso que busque suavizar isso é mentiroso e oportunista. Esse é o papel das comunistas dentro do movimento de mulheres.

Conheça os livros das edições Manoel Lisboa

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes