Morto pelas costas, membro da torcida Força Jovem do Vasco esperava para cortar o cabelo na localidade do Café, na Barreira do Vasco.
Acauã Pozino
Rio de Janeiro
RIO DE JANEIRO – Na noite de ontem (sexta, 06/05), o jovem Ruan do Nascimento, 27 anos, conhecido como Monstrinho, foi morto na comunidade da Barreira do Vasco, localizada no bairro de São Cristóvão, Zona Norte do Rio de Janeiro. O jovem, que era conhecido por todos na comunidade, era mascote da torcida Força Jovem do Vasco.
Moradores contam que por volta das 18:50h Ruan estava parado em frente a uma barbearia para cortar o cabelo para ir assistir ao jogo do Vasco contra o CSA pela série B do campeonato brasileiro, quando policiais à paisana entraram atirando na rua Ricardo Machado. Um deles se aproximou de Ruan e o alvejou pelas costas a sangue frio.
O jovem foi, então, jogado no porta-malas de um carro e levado ao hospital, sem ao menos que seus parentes fossem avisados. Ruan não resistiu aos ferimentos e morreu, ainda na noite de sexta-feira. Em protesto, moradores da comunidade atearam fogo a contêineres de lixo.
Esse acontecimento, infelizmente, não é isolado. O povo pobre mal terminou de chorar o assassinato de Jonathan, no Jacarezinho, sentado na calçada à noite, quando mais um jovem negro morador de favela é morto pela polícia. Eles se somam a milhares de pessoas mortas todos os anos, como o jovem autista Amílton Bandeira, covardemente assassinado no Maranhão, em 2021, por exemplo.
As vítimas são sempre as mesmas: jovens pretos, muitos deles com algum tipo de deficiência, alvos da violência do Estado feito por e para os ricos.
Isso lembra a todos nós, que lutamos por outra sociedade, que por nossos mortos nem um único minuto de silêncio, mas uma vida inteira de luta.
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